sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Alquimia de Paracelso


Os alquimistas velaram principalmente seus segredos por meio de símbolos e frases alegóricas, a que os profanos atribuíam as mais grotescas interpretações, quando tomadas ao pé da letra.

Como discípulo de Tritheme, Paracelso assimilou sua terminologia e em seu vocabulário chama o princípio da Sabedoria de Adrop e Azane, que correspondem a uma tradição esotérica da Pedra Filosofal, onde Azoth é o princípio criador da natureza ou força vital espiritualizada, Cherio é a quintessência de um corpo, seja ele animal ou mineral; é o seu quinto princípio ou potência, Derses é o sopro oculto da terra que ativa seu desenvolvimento.

Segundo sua interpretação a Magia é a Sabedoria; é o emprego consciente das forças espirituais que visa a obtenção de fenômenos visíveis ou tangíveis, reais ou ilusórios, é o uso do poder da vontade, do amor e da imaginação, representa a força mais poderosa do espírito humano empregada em prol do bem. Assim, o glossário de Paracelso se caracteriza pelo caráter oculto de uma terminologia, no entanto, a chave dessa linguagem misteriosa não se perdeu, foi guardada pelos cabalistas e transmitida oralmente entre os iniciados.

Defendia a teoria da transmutação dos metais em substâncias diversas, aceitas até os dias de hoje; suas investigações principais ocuparam-se das propriedades curativas dos metais conhecida atualmente como Metaloterapia.

Suas investigações culminaram na teoria das três Substâncias, onde todos os corpos estão formados por três princípios básicos, a Teoria dos Três Princípios: sustenta que cada substância ou matéria em crescimento é constituída de Sal, Enxofre e Mercúrio; a força vital consiste na união dos três princípios; existe, portanto, uma ação tríplice, sempre atuante para cada corpo: a ação da purificação por meio do sal, a da dissolução ou consumação pelo enxofre e a da eliminação pelo mercúrio. O sal é um alcalino; o enxofre, um azeite; o mercúrio, um licor (a água), mas cada uma das matérias possui sua ação separadamente das outras. Nas doenças de certa complicação, as curas mistas são indispensáveis.


Paracelso descreve as três maneiras como o sal limpa e purga o corpo diariamente pela vontade do Archeus ou a força vivificante, inerente a cada órgão. No mundo dos elementos há várias espécies de álcalis, como a cássia, que é doce; o sal-gema, que é acre; o acetado de estanho, que é azedo; a colocíntida, que é amarga. Determinados álcalis são naturais enquanto que outros são extratos; e outros ainda se acham coagulados e atuam por expulsão ou por transpiração ou por outros meios.

o Enxofre (carga energética) significa o fogo,
o Mercúrio (princípio úmido (líquido) representa a água e
o Sal(parte mais sólida representa a terra ou ainda a Volatilidade, Fluidez ou Solidez.

Cada substância ou matéria em crescimento é constituída de Sal, Enxofre e Mercúrio; a força vital consiste na união dos três princípios, uma tríplice ação; a ação da purificação por meio do Sal, dissolução e consumação pelo enxofre e a eliminação pelo Mercúrio, o qual absorve o que o Sal e o En-xofre repelem.

Ainda na maioria dos três princípios, considerava como premissa de toda atividade a parte constitutiva de todos os corpos: Alma, Corpo e Espírito, de uma matéria que é única.

Em sua obra "ARQUIDOXO MÁGICO", que trata de amuletos e talismãs, é que Paracelso expõe seus conhecimentos da imensa força do magnetismo, combinando metais sob determinadas influências planetárias com o objetivo de curar doenças. Entre os metais utiliza-dos destacam-se ouro, prata, cobre, ferro, estanho, chumbo e mercúrio, no total de sete, com sig-nos celestes e caracteres cabalísticos.

Em "AS PROFECIAS", publicadas pela primeira vez na língua alemã por volta de 1530, estavam 32 gravuras simbólicas que tinham sido encontradas no monastério de Darthauser em Nurenberg; cada gravura estava acompanhada de uma legenda escrita em um estilo obscuro e enigmático, com textos de difícil interpretação; neles estariam guardadas os acontecimentos do futuro em uma espécie de filme, porém cujo desenrolar seria independente da se-qüência cronológica.

A sua "FILOSOFIA OCULTA" possui um especial interesse, por conter opiniões sobre as artes mágicas, manifestando seu vínculo ideológico ao cristianismo, destacando o papel da fé e da imaginação; contém uma série de observações que poderiam muito bem incluir-se no que hoje chamamos Medicina Psicossomática.

Na "BOTÂNICA OCULTA" diz que para conhecermos o mundo das plantas do ponto de vista oculto, devemos necessariamente estudá-las em suas relações com o Macro e o Microcosmo. Cada planeta é como uma estrela terrestre, suas propriedades celestes se acham inscritas nas cores das pétalas e suas propriedades terrestres na forma das folhas; toda a magia nelas esta contida, uma vez que em seu conjunto as plantas representam a potência dos astros; o Reino Vegetal esta sob a influência dos planetas e tem como finalidade alimentar o homem e curar suas doenças. Em seu corpo físico atua a alimentação, em seu corpo eletro-magnético atuam pela cura de suas doenças e em seu corpo astral: sonambulismo ou êxtase.

Em sua obra "TRATADO DAS DOENÇAS INVISÍVEIS", nos diz que se quisermos buscar a Deus, devemos buscá-lo dentro de nós mesmos, pois fora jamais o encontraremos. O Reino de Deus, dizia ele, contém uma relação intima com nossa vida de Fé e de Amor, uma infinidade de mistérios que a alma penetrante vai descobrindo uma por uma.


No glossário de Paracelso vemos que o princípio da sabedoria se chama Adrop e Azane, que corresponde a uma tradução esotérica da pedra filosofal.

Azoth é o princípio criador da Natureza ou a força vital espiritualizada.

Cherio é a quintessência de um corpo, seja ele animal, vegetal ou mineral; é o seu quinto princípio ou potência.

Derses é o sopro oculto da Terra que ativa seu desenvolvimento.

Ilech Primum é a Força Primordial ou Causal.

Magia é a sabedoria, é o emprego consciente das forças espirituais, que visa a obtenção de fenômenos visíveis ou tangíveis, reais ou ilusórios; é o uso benfeitor do poder da vontade, do amor e da imaginação; representa a força mais poderosa do espírito humano empregada em prol do bem. Magia não é bruxaria.

Observamos que Paracelso estabeleceu uma divisão dos elementos a serem estudados nos corpos animais, vegetais ou minerais. Dividiu-os em Fogo, Ar, Água e Terra, conforme tinham procedido também os antigos. Estes elementos se acham presentes em todo corpo, seja ele organizado ou não, e separáveis uns dos outros.

TEORIAS HERMÉTICAS - Na origem primordial das coisas, os filósofos concebiam um caos no qual estavam prefiguradas as formas de todo o Universo; uma matriz ou matéria cósmica e, por outro lado, urçi fogo gerador em que a ação recíproca constituía a mônada, a pedra de vida ou Mercúrio: meio e fim de todas as forças.

Este fogo é ardente, seco, macho, puro, forte; é o espírito de Deus levado sobre as águas, a cabeça do dragão, o Enxofre.

Este Caos é uma água espermática, cálida, fêmea, úmida, lodosa, impura: o Mercúrio dos alquimistas.

A ação destes dois princípios, no Céu, constitui o bom princípio:* luz, o calor, a geração das coisas.

A ação destes dois princípios sobre a Terra constitui o mau princípio: a obscuridade, o frio, putrefação ou a morte.

Sobre a Terra o fogo puro se converte em grande Limbo o yliáster, o misterium magnum de Paracelso; isto é, uma terra vã e confusa, uma lua, com água mercurial, o Tohu v'bohou de Moisés.

Finalmente, a água pura e celeste passa a ser uma matriz, terrestre, fria e seca, passiva: o Sal dos alquimistas.

Desta maneira vemos como na Natureza todas as coisas passam por três idades. Seu começo ou nascimento surge na presença de seus princípios criadores. Este duplo contato produz uma luz, depois vêm as trevas e uma matéria confusa e mista: é a fermentação.

Esta fermentação termina com uma decomposição geral ou putrefação, depois do que as moléculas da matéria em ação começam a coordenar-se, segundo a sutilídade da mesma: é a sublimação, é a vida que se manifesta.


Finalmente, chega o momento em que este último trabalho cessa: é a terceira idade. Então se estabelece a separação entre o sutil e o rude; o primeiro se eleva ao céu; o segundo permanece na terra; o restante permanece nas regiões aéreas. É o último término, a morte.

Conseguimos registrar o transcurso das quatro modalidades da substância universal chamadas Elementos; o fogo, a terra e a água reconhecemo-los facilmente e podemos coordenar todas estas noções, estabelecendo um quadro de analogia que podemos ler mediante o triângulo pitagórico. Este processo é seguido na índia (sistema Sankya) e na Cabala (Tarot e Sefiroth).

Eis aqui os princípios atuantes nos três mundos, segundo a terminologia hermética:

No primeiro mundo, o Espírito de Deus, o Fogo incriado, fecunda a água sutil, caótica, que é a luz criada ou a alma dos corpos.

No segundo mundo, essa água caótica, que é ígnea e contém o enxofre de vida, fecunda a água intermédia, este vapor viscoso, úmido e gorduroso, que é o espírito dos corpos.

No terceiro mundo, esse espírito, que é fogo elemental, fecunda o éter ígneo, que se chama também água espessa, lodo, terra andrógina, primeiro sólido e misto fecundado.

Assim, cada criatura terrestre é formada pela ação de três grandes séries de forças:

- umas provêm do céu empírico;
- outras, chegam do céu zodiacal;e
- as últimas, do planeta ao qual a respectiva criatura pertence.

Do céu empírico vêm a Anima Mundi, o Spiritus Mundi e a Matéria Mundi, vapor viscoso, semente universal e incriada.

Do céu zodiacal vêm o enxofre de vida, o mercúrio intelectual ou éter de vida e o sal de vida ou água-princípio, semente criada e matéria segunda dos corpos.

Do planeta vêm o fogo elemental, o ar elemental (veículo de vida) e a água elemental (receptáculo de sementes e semente inata dos corpos).

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