terça-feira, 30 de novembro de 2010

ARRUDA DA SÍRIA

PEGANUM HARMALA

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Conheci a Arruda da Síria (Peganum Harmala) no final de um encontro em Campina Grande – Paraiba. Chris e eu, participamos de uma mesa redonda sobre "Plantas de Poder" onde conhecemos o antropólogo Rodrigo Grünewald. Nossas afinidades nos levaram a participar de uma colheita da "Raiz de Jurema" para um preparo, consagrando uma bebida feita da mistura de Jurema DMT e Peganum Harmala (Harmina) que possui efeitos semelhantes ao da Ayahuasca . Ela intensifica o efeito dos cogumelos e do DMT

Planta nativa da região do Mediterrâneo oriental, leste da Índia ,desertos do sul da Ásia e África, mas também tem sido encontrada selvagem em algumas partes do Texas-EUA

É uma planta perene que pode crescer até cerca de 0,8 m de altura, mas normalmente é cerca de 0,3 m de altura. As raízes da planta podem alcançar uma profundidade de até 6,1 m.

O uso comum para as sementes desta planta são para atuar como um inibidor da monoamina oxidase, ou IMAO. Esta inibição leva ao aumento dos níveis de substâncias químicas, como os neurotransmissores serotonina e dopamina.

Os alcalóides harmala são encontrados em uma variedade de plantas, a mais conhecida das quais é o cipó da Ayahuasca. A fonte mais concentrada de alcalóides de harmala é a semente da Peganum harmala, vulgarmente conhecida como Arruda da Síria.

Curiosidades:

Há relatos do uso de sementes de peganum para composição de uma poção de amor e uma teoria de que era a base para uma bebida considerada “dos imortais” nos tempos antigos.

Antes do Islamismo, a planta Harmala era adorado pelas comunidades que viviam ao longo das rotas de caravanas que o associavam com a divendade lunar Asfand

Conta-se que Leonardo da Vinci e Michelangelo usavam peganum pois seus poderes metafísicos abriam a visão criativa.

Na Pérsia antiga os seguidores de Zoroastro ingeriam o Haoma, bebida feira a partir de sementes de Arruda da Síria (Peganum Harmala). Ramos de arruda da Síria eram usados para aspergir água benta antes da missa,. Um herbalista grego sugeriu que a planta mágica que Hermes deu a Ulisses para defender-se contra a magia de Circe - pode ter sido a Arruda da Síria. É conhecido por ser usado como um potente afrodisíaco (no antigo Egito). Como para uso médico, ajuda contra a ousadia, dores período, vermes e piolhos.

Um apelido comum de Peganum harmala é "a ruína de plantas daninhas", provavelmente porque a planta é geralmente encontrada em ruínas perto do Oriente Médio . Usada para conter plantas daninhas.

Na Turquia vagens secas da planta são amarradas e penduradas nas casas ou veículos para proteger contra o "mau olhado" e no Irã misturado com outros ingredientes - são queimadas, de modo a produzir uma luz, fumaça perfumada (incenso), usada como um purificador de ar e mente,

Alguns estudiosos afirmam que as sementes de peganum inspiraram os contos de magia dos tapetes voadores. As sementes eram usadas como um corante no processo de confecção de tapetes persas.

Aviso Peganum harmala se for misturado as com certos psicoativos ou determinados alimentos, pode causar-te dores de cabeça, vomitos, crises hipertensivas ou parada cardíaca, principalmente se os alimentos contém triptofano.

CANNABIS

TRATA-SE DE UMA PLANTA GERADORA DE MUITAS POLÊMICAS ! PARTE DA POPULAÇÃO MUNDIAL QUER PROIBIR, PARTE DESCRIMINALIZAR E OUTRA LIBERAR TOTALMENTE. QUEM ESTÁ COM A RAZÃO?

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A maior parte das divulgações de pesquisas feitas até hoje, foi com criminosos. Ela circula na ilegalidade. Até agora, pouco se divulgou a respeito de milhares de pessoas que a utilizam para fins relaxantes, espirituais, meditação, recreação, etc. Até porque existe medo na pesquisa. Já ouvimos até dizer: Fumei, mas não traguei !

Segundo o Relatório Mundial de Drogas 2006 do Unodc - Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime O relatório revelou que a maconha foi utilizada por um número estimado de 162 milhões de pessoas ao menos uma vez em 2004, ou aproximadamente um quarto da população mundial com idades entre 15 e 64 anos. O documentou ressaltou ainda que o consumo continua aumentando.

Já há estudos desenvolvidos, como os do antropólogo Edward MacRae junto a grupos de indivíduos das camadas médias urbanas formalmente integradas à sociedade, que demonstram, que entre os milhares de usuários , há os que não são vagabundos e nem excluídos da sociedade. São pessoas comuns, que ajudam o próximo e não fazem mal a quem quer que seja. Você que está lendo deve conhecer algum. A grande polêmica é se um usuário precisa de ajuda e tratamento ou ser punido com prisão.

Foi pesquisado que entre os que usam, tem de tudo, tem um mundo. Milhares de usuários são trabalhadores, têm suas famílias, são responsáveis, pagam impostos, etc. Entre os usuários há Professores, terapeutas, médicos, advogados, policiais, executivos de empresas, esportistas, intelectuais, políticos, artistas, psicólogos, psiquiatras, e vai !

O maior problema da planta é o tráfico, que financia a criminalidade, o terrorismo. Que movimenta fortunas, aproxima os criminosos e drogas químicas, principalmente dos jovens que buscam, na verdade, estados diferentes de consciência. Há tempos atrás, a sociedade fazia dessas pessoas: criminosas. Acabavam sendo criminosos pois burlavam a lei assim como os criminosos que representam perigo para a sociedade. Tudo no mesmo mesmo saco !

Sabe-se que o trafico existe quando há proibição. Quanto mais aumentam os mecanismos de repressão, mais o tráfico se especializa e cresce. Foi esse o grande exemplo da lei seca americana. Temo que um dia o tráfico se sofistique tanto, se equipe tanto, que tome conta da situação. Os países investem fortunas combatendo o tráfico, estimulados pela lei proibicionista que nega o livre-arbítrio, quando poderiam investir esses valores em educação, saúde e para promover a paz.

A nova lei que chega ao Brasil , é um avanço na direção dos direitos humanos, tornando-a um caso de saúde e separando-a do tráfico. A Comissão Internacional de Controle de Narcóticos (INCB, na sigla em inglês) da ONU elogiou em seu relatório anual a iniciativa do sistema judicial brasileiro de se concentrar no combate aos traficantes de drogas e adotar penas alternativas para os usuários.

Toda a situação demonstra ainda faltar mais estudos, mais pesquisas, e principalmente mais consciência. Para ter "consciência" é preciso que primeiramente se tenha "ciência", pesquisando, comparando, deixar de lado preconceitos e paixões, e a sociedade ter a coragem de enfrentar paradigmas, fazendo realmente um estudo fitoquímico e psicológico para ver a verdade e não para satisfazer um ponto de vista. Mostrar os prós e os contras para que possamos orientar melhor nossos jovens.

Os aspectos científicos cabem à ciência. Os sociais a Lei, e o que é de César...para César. Não venho aqui iniciar qualquer tipo de movimento, trago abaixo informações que todo o pesquisador de plantas conhece. Quero ressaltar que sou um combatente dos vícios (sejam de substâncias, plantas, comidas,medicamentos, trabalho, esportes, jogos, bebidas, religião, pessoas). Meu interesse com as plantas é espiritual, como todo o estudioso de xamanismo que se preza e não envolve vícios. Aprendi que as coisas de Deus não viciam, O vício não é uma coisa de Deus. Deus é liberdade ! Não concordo porém, com a atitude de"satanizar" plantas. Aprendemos no xamanismo que as plantas são obras de Deus, não podem nunca ser confundidas com drogas. Deus não faz drogas. A droga é uma criação humana. Deus criou um jardim de mistérios e maravilhas na sua infinita sabedoria. Que direito tem o homem de destruir uma espécie da Criação ? E que a Verdade Divina prevaleça.

A Canabis Sativa é original da Ásia, da qual também é extraído o haxixe e o kif. A planta é também citada no Velho Testamento, cantada e louvada por Salomão, que a chamava de kálamo (cânhamo) . No Brasil era utilizada pelos escravos africanos que conheciam suas propriedades. Sabe-se que ela é de uso de muitas tribos por lá, mas principalmente os pigmeus e zulus povos de Angola, Moçambique, Congo, etc., que a utilizavam ritualisticamente como uma "planta sagrada".

Sabe-se que os indios brasileiros também usam, principalmente na região de Maranhão e Sergipe. Vamos a algumas possibilidades : os Tenetehara (os mais famosos no uso), Saterê-Mawé, Guajajara, Tukano, Macu, Tucuna, Mura.......Era muito difundida entre negros e caboclos que a chamavam também de : fumo-de-caboclo

Era utilizada para fins terapêuticos na China, como anestésico; também por africanos e asiáticos para aliviar tosses, dores de cabeça e cólica menstruais. Alguns pesquisadores afirmam que ela é eficiente em casos de anorexia, glaucoma, enxaqueca, hipertensão, asma e ataques cardíacos. Utilizada também pela medicina Ayurveda

Segundo o pesquisador Rowan Robinson, uma antiga história relata que Shiva brigou com sua família e se afastou nos campos, e devido ao sol intenso, foi abrigar-se debaixo de uma planta alta de cânhamo, e come alguma de suas folhas, e ela o revigorou tanto, que ele a adotou como alimento preferido, tornando-se conhecido como o " Senhor do Bangue . O Bangue era históricamente associado a Kali, aspecto feminino de Shiva.

No budismo mahaiana, prossegue Rowan, reza uma lenda que Buda viveu de uma semente de cannabis por dia durante seis anos de disciplina, antes da sua iluminação. Os budistas tântricos do Himalaia, usam cannabis ritualmente para aprofundar sua meditação e elevar a consciência.

Há traços de sua utilização ritual nas mais diferentes crenças, no taoismo chines, judaísmo, em tradições japonesas, no movimento rastafari, e em diversas práticas xamânicas.

A cannabis sativa é uma Planta da Lua. É bom entender o ensino que a lua nos dá, também através de suas plantas. A Lua reflete o brilho do Sol, porém tem uma parte da lua que o sol não Ilumina, que alguns podem chamar de Lua Negra, ou Lilith. Eu prefiro chamar de sombra.A luz do xamanismo ensina que quando lida-se com uma planta da lua, é preciso saber o que é a sombra da planta, já que a luz é evidente. Por exemplo a dependência é uma parte sombria, que pode ser provocada pelo uso sem consciência de qualquer planta. A luz de uma Planta da Lua é evidente quando consumida como um sacramento, como um poder de Deus atuante através do Reino Vegetal, refletido pela força da lua, que pode trazer conforto, introspecção, expansão da consciência, concentração. Isso é para todas as Plantas da Lua. A energia é da donzela, da rainha e da anciã . Da mãe.

O Dr. Andrew Weil , bacharel em biologia pelo Harvard College e formado em medicina pela Harvard School, fez várias experiências controladas com cannabis em seres humanos. Para fazer seu trabalho também viajou muito pela América do Norte, América do Sul, África, para estudar a medicina indígena, plantas psicoativas , e estados alterados de consciência. O Dr Weil serviu como "Research Associate" em Etnofarmacologia do Museu Botânico, Universidade de Harvard, pesquisando plantas medicinais e psicoativas. Também foi Presidente do Instituto de Pesquisas de Plantas Benéficas, em Sausalito, Califórnia, instituição sem fins lucrativos, educacional e científica, dedicada à investigação do uso de plantas para melhorar a vida humana. Atualmente é conferencista da Divisão de Perspectivas Sociais da Medicina, no Colégio de Medicina da Universidade do Arizona. Também é Conselheiro de Bem-Estar no "Canyon Ranch Spa, em Tucson, Arizona, onde oferece aconselhamento individual sobre medicina preventiva e alternativa, cuidados pessoais em medicina, e vícios. Trabalhou também no Instituto de Saúde Mental em Washington, serviu o exército no serviço de Saúde Pública, estudou na reserva índia dos Dakotas do Sul e escreveu o livro editado aqui no Brasil pela Ed. Ground " Drogas e Estados Superiores de Consciência e outros.

Dado o currículo, sinto que não se trata de um curioso, ou alguém que tem uma "ideia fixa" tanto para a repressão como para a liberalização. Os resultados do trabalho do Dr. Weil foram publicados em importantes jornais científicos, e muitos de seus textos chegaram a ser publicados em cobertura de primeira página do New York Times. Veja alguns de seus depoimentos :

"As conclusões que cheguei eram sensatas, mas não apoiavam a visão da droga (maconha), como uma ameaça direta à saúde mental. É muito menos ameaçadora do que o álcool. Publiquei minhas descobertas na crença ingênua de que uma informação honesta sobre o assunto ajudaria a resolver o acre debate que estava destruindo famílias e cidades. Pela primeira vez na minha vida descobri que dizer a verdade poderia me deixar em dificuldades. Meus empregadores não queriam que o povo soubesse o que eu tinha descoberto sobre a maconha, e ressentiam-se de toda a atenção que a obra que publiquei continua a merecer.

Ao fim da primeira metade do que deveria ser um breve período de dois anos como funcionário público federal e oficial comissionado, minha vida profissional em Washington se tornara intolerável. Fui rotulado como rebelde e elemento perturbador, fui proibido de fazer qualquer trabalho relacionado com a maconha ou outras drogas, e recebi ordem para trabalhar no hospital federal do vício em Lexington, Kentucky, na enfermaria de viciados em heroína. Recusei-me a ir. Eventualmente, demiti-me e foi-me negado crédito militar pelo ano que servi. Requeri dispensa por objeção de consciência, mas declarei que não faria qualquer serviço alternativo para um sistema que para mim parecia comprometido com a desonestidade.

Meu primeiro ato como ex-funcionário do governo dos EUA foi ir para uma reserva índia de Dakota do Sul para estudar com um curandeiro Sioux. Queria aprender com ele sobre ervas medicinais e maneiras de alterar a consciência .

Ninguém em 1971 previa a epidemia de uso de cocaína que agora prevalece, por exemplo, ou entendia o vício do cigarro como o mais difícil de vencer e o nosso mais sério problema de saúde pública. Poucas pessoas acreditavam que os tratamentos médicos alternativos se tornariam populares como agora, ou que o estudo científico das interações corpo-mente se tornariam respeitáveis. Ninguém sabia das endorfinas, as moléculas semelhantes à morfina que são produzidas em todo o cérebro humano, que servem como o nosso narcótico interno.

Ao longo desses anos receei muitos comentários de leitores de meus livros. Mais freqüentemente, os leitores me dizem que o livro exprime idéias que eles mesmos tiveram e os fez se sentirem melhor consigo mesmos, especificamente sobre seu interesse em experimentar outras formas de consciência, que aprenderam considerar como anormal ou insalubre. Estes comentários revelam a carga imposta às pessoas por nossa cultura em seu fracasso de chegar a termos com a necessidade humana de variações da experiência consciente."

A raiz do problema da droga é o fracasso de nossa cultura em satisfazer uma necessidade humana básica. Uma vez que reconheçamos a importância e o valor de outros estados de consciência, podemos começar a ensinar as pessoas, particularmente os jovens, como satisfazer suas necessidades sem drogas. Acredito que não podemos conhecer a realidade diretamente através da atividade intelectual. Ao invés, construímos modelos ou paradigmas da realidade através dos quais interpretamos e derivamos sentido de nossa experiência. Fala-se muito em nossos dias de "deslocamento de paradigmas e conflitos entre proponentes de modelos alternativos em muitos campos da atividade humana, da Física à Medicina, até as ciências sociais. Os modelos alternativos não estão nem certos nem errados, são apenas mais úteis ou menos úteis para operarmos bem no mundo e descobrir mais e melhores opções para resolver problemas.

Mais informações :

Entrevista do Dr. Drauzio Varella com Dr. Elisaldo Carlini é médico psicofarmacologista e trabalha no CEBRID, Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas, e é professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

COCA

Quero compartilhar um pouco do que aprendí com esta planta fabulosa a Erythroxylon Coca - La Cocamama.

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Não pode se confundida com a droga cocaína. No Perú ela é considerada a síntese das Plantas de Poder. Suas folhas até hoje são utilizadas para leitura de um oráculo, por aqueles que tem esse conhecimento. Tanto no Perú, como na Bolívia ( Ipadu) ela tem até hoje uma grande importância como chá, para dores de estômago, cólicas, disturbios digestivos, para facilitar a digestão, normalizar a pressão, problemas de pele, do aparelho respiratório, da circulação, enjôos, fadiga na laringe.

Também era utilizada para diminuir o apetite. Os incas ao subirem as montanhas, as vezes ficavam dias sem comer, sómente mascando folhas, que tiravam a fome e lhe davam mais energia.

Utilizada também como antidepressivo, e como coadjuvante no tratamento de diabetes (regula o metabolismo). Outras indicações terapeuticas estudadas : acalma inflamações, fortalece ossos fraturados, para tirar o frio do corpo, o pó das sementes tem bons efeitos no sistema nervoso, como fortificante.

No início do Imperio Inca, eles não conheciam a coca, era um conhecimento indígena. Apenas a Família Imperial fazia uso. A Planta Sagrada, era de uso restrito ao filhos de Inti ( Sol ). Pouco a pouco ela foi se popularizando. Eram levadas em bolsinhas medicinais juntamente com a lifta ( resina que é utlizada para melhor extrair os princípios das folhas).As sacerdotizas utilizavam como instrumento uma haste que na ponta tinha um beija-flor.Com o bico extraia-se a lifta para ser juntada às folhas.

O velho hábito de mascar coca continua até hoje, principalmente entre os índios, que as usam para afastar maus espíritos e para gerar sonhos.

Ao Deus Inti, divindade suprema, foi consagrado o arbusto da coca, e suas folhas são oferecidas nos rituais e cerimônias.

Em todas as consagrações aos deuses incas, as pessoas levavam em suas bocas as folhas de coca. Eles queimavam folhas para predizer o futuro, jogavam no chão para evocar Viracocha. Os sacerdotes as mascavam para abrir portas do mundo profundo. Introduziam folhas de coca na boca dos mortos, para preservá-los de perigos espirituais, assim como nas sepulturas.

As folhas de coca também eram usadas nos ritos de passagem dos filhos do rei.

No Perú havia um Templo da Coca, onde consagrava-se La Cocamama, a entidade espiritual das folhas de Coca.

Em Cuzco tive uma experiência gratificante com Edwin Flores ou Küichy. Fomos até o Templo da Serpente para fazermos uma meditação com as fôlhas de coca.

A Coca é considerada para muitos peruanos como a síntese das plantas de poder. Os incas a mascavam para suportar grandes altitudes, para matar a fome, além de possuir propriedades terapêutica\s.

Conta-se que Machu Pichu tem-na em seu nome: pichu= ato de mascar a coca., muito embora dá-se o significado de "Cidade da Paz".

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Imagem : www.jaylli.com

Alguns peruanos dizem que se não existisse a Coca, não existiria o Perú.

Não havia entre os Incas nenhum ritual em que não estivessem presentes as folhas de Coca. A Coca era oferecida aos deuses, usada para a fins oraculares como as cartas de tarô, pulverizada para estancar feridas e para hematomas.

Segundo Küichy: as folhas são mascadas com a nossa mente, nós deixamos que o líquido se escorra por nossas almas.

As folhas são mascadas, juntamente com uma resina chamada lifta.

As sacerdotizas constumavam andar com um instrumento de poder, como uma varinha de mago, confeccionada em prata ou cobre com um beija-flor na extremidade. Através do bico do beija-flor, a lifta era extraída, juntando-se às folhas que serão mascadas.

Küichy começou a cerimônia com os maços de coca enrolados com a lifta, dizendo que antes precisamos acalentar as folhas ( soprar suavemente as folhas ) depois prosseguiu saudando as quatro direções ( pontos cardeais ), pedindo que repetisse junto com ele :

- Apu Inti ! ( de frente para o leste, saudando o Sol )

- Apu Pacha Mama ! ( saudando ao sul a Mãe Terra )

- Apú Huaira ! ( saudando ao oeste )

- Apú Uno ! ( saudando o norte )

Em poucas palavras, sentí uma vibração violeta. A energia é Sútil, traz insight´s, desde que conservemos o silêncio na mente. Ficaria horas e horas em contemplação.

A folha de coca, foi para mim, um aprendizado de interiorização, produzindo um bem estar e despreocupação com o tempo. Foi a religação de algo muito profundo, mas extremamente sutíl. Uma energia feminina, ligada ao masculino ( Sol ) inspirando criatividade, o amor, levando-me a prestar bastante atenção nas belezas da criação.

Quando os conquistadores espanhóis, sob comando de Pizarro, invadiram o Perú, eles queimaram as plantações de coca não respeitando seus fundamentos sagrados. Pizarro mandou queimar o templo da Cocamama, e as plantações, pois observou que isso iria destronar a moral do povo. E foi aí que : ATENÇÃO

Dizem que no momento em que as folhas iam sendo destruídas, os sacerdotes incas, fizeram a seguinte maldição :

- Assim como os brancos estão destruindo as folhas de coca, um dia as folhas de coca irão destruir os homens brancos ! (Através das folhas de Coca, e que se produz o veneno chamado cocaína, que mata, destroi e corrompe . Uma maldicão peruana, que tem acabado com pessoas e famílias. Essa sim uma verdadeira droga.

Deus não faz drogas, faz plantas. Quem faz as drogas são os homens

Comentários de Menkaiká :

" O ato de mascar coca se chama picchar , e a llipt'a é como uma pasta de cor escura, se não me engano feita com cinza de plantas como a quínoa, que usada junto com as folhas extrai melhor as propriedades da planta(caroteno, ferro, cálcio). Achados arqueológicos mostram vestígios de uso das folhas de coca há 2 mil anos a.c.

A coca para os andinos não é considerada droga, pois para eles droga é o que o homem produziu com suas próprias mãos usando uma dádiva da Mãe Terra. Os efeitos medicinais da folha da coca são como de um estimulante, além de melhorar o metabolismo, mal de altura (mal de puna ou soroche), diarréias, dores de cabeça, tirar a fome e ajudar em problemas estomacais. Por ser estimulante e revigorante, as folhas de coca são mastigadas pelos camponeses com o propósito de recarga das energias no duro trabalho empreendido nos campos e nas altitudes.

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Os Paqos, sacerdotes andinos, usam uma chuspa, uma bolsinha de tecido ou de pele de lhama para carregar as folhas de coca. Fazem adivinhação através das folhas e também oferendas. A principal oferenda ritual chama-se k’intu que compreende em 3 folhas de coca (ou seis ou nove, ou mais, múltiplos de três), sendo que a maior folha é dedicada aos Apus, espíritos da natureza protetores representados nas montanhas e picos andinos. A segunda folha, mediana, é dedicada à Pachamama, mãe terra, nutridora, provedora da vida. E a terceira folha, de menor tamanho, representa a humanidade.

Os Apus (que em quéchua significa “Senhores”) são respeitados e invocados nos rituais. Entre os eles estão: Apu Salcantay, Apu Ausangate, Apu Willkamayu, Apu Sawasiray, Verônica, Putukusi, Machu Picchu, Huayna Picchu, entre outros.

As folhas de coca também podem ser usadas para troca, para retribuir serviços, como sinal de amizade.

É interessante observar, para quem já teve a oportunidade, as relações interpessoais que se estabelecem através do ato de compartilhar a coca para a mastigação. Esse ato chama-se hallpay. Me marcou muito certa vez que tive a oportunidade de compartilhar com uma senhora campesina. Eu estava em Q'enqo, numa tarde de sol, lendo, quando passa por mim há alguns metros uma senhora campesina com seus animais. Ela acomodou-se entre as pedras para descansar. Eu estava encantada com as pequenas ovelhas e me aproximei oferecendo à senhora algumas folhas de coca. Por um momento compartilhamos em silêncio enquanto mascávamos a coca, mas esse ato silencioso foi suficiente para que conectássemos a nossa energia de algum modo através da mastigação. Depois conversamos sobre os animais e ela agradeceu as folhas. Essa é uma situação simples, mas um simples ato de compartilhar nos aproximou. Em cada lugar que vamos é muito bonito o ato de oferecernos a coca, é como compartilhar algo sagrado.

A coca é a mais linda oferenda que se pode fazer à nossa Pachamama. "

Por Rosane Volpatto :

" No coqueo por vicio

Ni tampoco poe el juicio %BR

Sino por el beneficio "

A coca é uma planta da família das Erythroxyles, indígena do Peru (Erythoxylon coca). Ao arbusto conhecido por este nome, os peruanos chamam "ipatú", podendo atingir de 1 a 3 metros de altura. Uma casca esbranquiçada cobre toda a sua haste. As flores são pequenas e amarelas e o fruto vermelho, oblongo e carnoso.

Em estado selvagem abunda nos Andes até dois mil metros de altura. Os incas exaltavam excessivamente este arbusto e utilizavam-lhe a folha como moeda. Na antiga Colômbia, os sacerdotes do Sol mastigavam e queimavam folhas de coca em honra a divindades.

Os peruanos e bolivianos mascam as folhas, depois do que, dizem, podem resistir não só a maiores fadigas e ao sono, como também aos jejuns prolongados.

Entre os habitantes do vale Calchaqui, na Argentina, achava-se muito arraigado o costume de "coquear", isto é, mascar folhas de coca.

Os peões não empreendiam trabalho algum sem fazer préviamente seu acullico, que é o mesmo que por na boca uma certa quantidade de folhas de coca, as quais misturam llifta.

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A coca já cumpriu e ainda cumpre, um grande papel em todas as práticas religiosas e supersticiosas dos peruanos. Por exemplo, quando estão para empreender uma viagem ou um negócio, recorrem a coca do seguinte modo: molham com saliva a folha inteira e a pegam à ponta do nariz; logo dão um sopro forte e olham para o lado que caiu, se para a direita, é sorte, se para esquerda é sinal de desgraça. Raras vezes empreendem algo, se a coca lhe anunciou má sorte.

Antes de empreender qualquer negócio, oferecem coca a Pachamama, a Mãe dos cerros. Quando vão a caça, o caçador faz um buraco no chão, à beira do mato, onde todos depositam uma oferenda de coca, invocando a Pachamama para que lhes seja propícia a caça.

Em viagens pelas montanhas notam-se nas vertentes certos montinhos de pedra em que se encontram folhas de coca, que se sabe, foram ali atiradas pelos viajantes. A estes certos montinhos chamam "Apachetas" e raro é o viajante que lá passa e não tire da boca a folha que mascava, para depositá-la na Apacheta.

Esta cerimônia que tem por fim propiciar-se uma feliz viagem, encontrava-se também entre o povo guarani do Paraguai. Ali, se tinham cristianizados, formavam-se sempre ao pé de uma cruz montinhos que orlavam os caminhos e debaixo dos quais havia um enterrado.

Para os indígenas aymaras e quechuas, a folha da coca é sagrada, como a hóstia dos cristãos. É utilizada em cerimônias sociais e rituais.

Uma lenda nos conta que o Deus do Sol disse ao sacerdote Khana Chuyma:"Sobe esta montanha e encontrarás uma pequena planta com grande poder. Guarda suas folhas com amor e usa-a quando doer teu coração, ou quando tua carne sentir fome e tua mente estiver obscura.Mas quando o conquistador branco a tocar, encontrará veneno para seu corpo e loucura para sua mente."

A folha de coca contém 0,5% de um produto anestesiante chamado cocaína. A partir do século XIX, os cientistas conseguiram sintetizar a cocaína da coca. Em um primeiro momento, ela foi utilizada por suas propriedades anestésicas. Mas, a partir de 1914, o cocaína foi definida como "droga perigosa" e proibida. Nos anos 60, após a guerra do Vietnam ressurgiu como uma droga popular. A demanda cresceu e a "máfia da droga" entrou em cena.

COGUMELOS

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Os cogumelos não são considerados plantas pela ciência, não têm clorofila. Porém na visão xamânica "de tudo o que está plantado" sim. Os cogumelos enteógenos, têm sido de grande importância em várias cerimônias religiosas.

O texto abaixo é extraído do livro Retorno à Cultura Arcaica (Nova Era)de Terence Mckenna, um xamã e botãnico, que viveu no Hawai, onde reproduzia o cogumelo em seu laborátorio de plantas de poder :

" Há talvez dezenas de milhares de anos, os seres humanos vêm utilizando cogumelos para fins de adivinhação e indução do êxtase xamanista. Pretendo demonstrar que a interação entre homens e os cogumelos não é uma relação simbiótica estática, e sim dinâmica, através da qual pelo menos uma das partes consegue atingir níveis culturais mais elevados.

O impacto das plantas psicoativas sobre o aparecimento e a evolução dos seres humanos é um fenômeno que até agora não foi examinado, mas que promete esclarecer não só a evolução dos primatas, mas também o surgimento das formas culturais peculiares ao Homo Sapiens. '

Há um fator oculto na evolução dos seres humanos que não é nem o elo perdido nem a finalidade imposta pelos céus. Minha teoria é que esse fator oculto na evolução dos seres humanos e que teve à tona a consciência humana em um primata bípede dotado de visão binocular tem a ver com um laço de realimentação com alucinógenos vegetais.

Trata-se de uma noção que ainda não foi amplamente explorada, em bora uma forma muito conservadora dela apareça em Soma: de R. Gordon Wasson. Ainda que ainda não comente o surgimento da natureza humana nos primatas, Wasson sugere que os cogumelos alucinógenos foram o agente causal do aparecimento de seres humanos espiritualmente conscientes e da gênese da religião. "

Composição :

A ausência de clorofila impede os cogumelos de se alimentarem utilizando a energiaa solar, o que impele a espécie a desenvolver outros métodos de vida, atuando como parasitas em outros animais e plantas ou habitando materia em decomposição. Os fungos também agem quimicamente no ar, de forma diferente das plantas com clorofila, eles aborvem o oxigênio e exalam ácido carbônico, agindo nesse ponro da mesma forma que os animais, aos quais se assemelham em composição química.

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No continente americano há o Stropharia Cubensis; que nasce no estrume do zebu. Segundo Sangirardi Jr, essa espécie de fungo tem sido empregada na América Central desde muito antes da chegada dos espanhóis que trouxeram o gado bovino. Para ele, poderiam proliferar no estrume do búfalo americano e do gamo, animais considerados sagrados pelos maias.

Este Cogumelo é muito conhecido aqui no Brasil, notamente em regiões de pasto de gado.Seu princípio ativo é a psilocibina, a parte inferior do chápéu é escura e sua cor é um tom dourado escuro

Terence Mackenna, um xamã e botânico que morava no Hawai, em seu livro : " Aluninações Reais", conta como consegue reproduzir o cogumelo, no seu laboratório de plantas de poder, afirmou :

- A psilocibina está intimamente ligada com a serotonina. A serotonina torna possívei ao cogumelo as funções cerebrais do universo mental.

O mais interessante é como nasce o cogumelo. Imagine agora um zebu pastando. As plantas ingeridas vão para aquela bio-máquina, que é o seu processo digestivo, e vira depois estrume. Depositado o estume na terra, fica por conta do Universo. Vem a chuva irrigando o estrume, e em seguida o Sol com seus raios dourados, energizando.Desta alquimia natural, nasce o cogumelo.

Numa das vezes que ingerí o cogumelo, dentro de um ritual xamânico, estabelecí contato com um ser, que intuí ser o elemental . Tive a visão de um elemental bastante gordo, cheio de barrigas, bonachão, bastante sorridente, passando-me que possuia os registros da Mãe-Terra e das manifestações da natureza.

Sentí uma profunda conexão com a natureza, podia observar as mais sutís formas de vegetação, e tive a compreensão que esta planta não pode ser ingerida em centros urbanos. Dizem os erveiros que os cogumelos não devem ser tomados de forma sistemática. Eles dizem que o cogumelo aparece em seu caminho, quando é necessário. Quando você quer procurá-lo, mas não é para ser, você não o encontra. Um mateiro explicou-me a utilização da seguinte maneira:

- " Tá vendo aquele cogumelo lá ? ( referindo a um cogumelo de outra espécie). Aquele a gente não come, porque faz mal. Aquele outro às vezes a gente usa prá botar numa salada. E este ( referindo-se ao stropharya), este é o seguinte : As vezes a gente tá com a cabeça cheia de problemas, e não consegue arrumar as idéias. Então, a gente come este que é prá entendê como resolvê ".

Alguns que estudam botânica mágica, acreditam que este cogumelo veio de Órion. Se o cogumelo veio de outro planeta, não posso afirmar, porém parece que ao ingerí-lo estabelecí uma conexão com algo que não era deste planeta.

Suas visões são bastantes fortes, não sentí o tempo passar, não sentí fome. Quando tocava maracás, eu via labaredas de fogo, saindo dos mesmos. A acuidade auditiva e visual, foi bem amplificada, e nessa vivência, recebí um insigth, que proporcionou uma grande transformação em minha vida.

AMANITA MUSCARIA

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Outro famoso é o Amanita Muscária, que tem sido empregado há mais de 6.000 anos, por xamãs siberianos, um cogumelo vermelho com manchas brancas. É o sacramento de seus trabalhos espirituais.

A Amanita muscária é um cogumelo enteógeno, que proporciona visões e introvisões de profundo significado. Alguns pesquisadores acreditam que ele é o soma, dos Vedas (a mais antiga literatura sagrada da humanidade).

Essa planta contém elementos que permanecem intactos em sua passagem pelo organismo, por isso os xamãs siberianos guardavam e consumiam a própria urina para ser bebida no inverno, quando não havia o cogumelo.

Nas biografias legendárias de alguns adeptos do budismo, há alguns indícios que podem ser interpretados para revelar que eles consumiam o cogumelo Amanita muscaria para conseguir a iluminação.

Eles mantinham o voto de manter o segredo dessas práticas, tanto que sua identidade foi escondida atrás de um jogo de símbolos.

Alguns pesquisadores afirmam que ele é o próprio Soma, dos Vedas.

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Soma era mais do que uma planta, e seu sumo expressa um deus. Sugere-se o deus Agni, deus do fogo.

O soma é simbolizado pelo touro, o símbolo do rig veda (hino aos deuses) da força.

Nas pesquisas, o uso do amanita aparece também em tradições da Ásia do Norte e do Sul, nas tradições germânicas ligadas a Odhin, em usos xamânicos mais adiantados nas florestas da Eurásia do Norte. Visto também, por muitos anos, no distrito de Kanto, no Japão; no Norte da Europa; Índia; e na América Central por muitos anos.

Também identificado como o Haoma, dos Persas. Esses cogumelos sagrados foram utilizados por xamãs para a cura espiritual; era a entrada para incorporar o reino dos deuses.

O cogumelo sagrado Amanita Muscaria, segundo alguns pesquisadores, é o mesmo citado por Lewis Carroll em "Alice no País das Maravilhas" Teria Lewis ingerido o enteógeno para escrever seu livro ?

Relata-se também efeitos analgésicos significativos, para curar males da garganta, feridas cancerígenas, artrites.

A amanita contém os princípios ativos muscazon, ácido ibotênico, muscimelk e bufoteína. Os efeitos começam entre 20 e 30 minutos após a ingestão e duram de 6 a 8 horas.

Geralmente, o usuário experimenta visões semelhantes aos sonhos.

O Amanita muscaria, em suma, é um dos cogumelos mais bonitos, com um encanto misterioso.

UMA HISTÓRIA DE NATAL

Natal sempre marca o solstício de inverno (hemisfério norte). É nesse período que os xamãs, até hoje, realizam rituais de passagem para um novo ciclo anual.

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Muitos povos xamânicos também comemoravam a cerimônia da árvore, representando a "Árvore do Mundo". Será por isso que levamos uma para dentro de nossas casas e a enfeitamos? Partimos da crença de que a lenda do Papai Noel nasceu na Sibéria. Existia uma tribo na antiga Sibéria chamada O Povo das Renas.

As renas eram para os siberianos o que o búfalo representa para os nativos americanos; eram também consideradas a manifestação do Grande Espírito Rena, invocado pelos xamãs para resolver os problemas do povo. Nas suas jornadas xamânicas, ele viajava, em transe, em um trenó de renas voadoras.

Não eram só os xamãs que usavam amanita, as renas também comiam. Eles até conseguiam atrair renas com a urina, que chegavam a brigar para tomá-la e as laçavam enquanto bebiam. Alguns caçadores davam pedaços de amanita para as renas para aumentar a sua força e resistência física, e assim suportarem melhor as longas distâncias. Se as renas fossem abatidas por alguém nesse momento, quando estavam na manifestação do enteógeno, os efeitos passariam para quem comesse a sua carne.

Caçadores, ao se alimentarem de renas que haviam ingerido amanita, tiveram uma visão coletiva de um homem vestido de vermelho e branco (cor do cogumelo), um xamã que levava presentes para a população. Eles viram o xamã voando em um trenó de renas.

Daí, conta-se que Papai Noel foi uma visão de homens que se alimentaram das renas que consumiram amanita.

A roupa do Papai Noel, por sinal, é de origem lapônica.

Tradicionalmente, os xamãs siberianos eram conduzidos em suas viagens estáticas (jornadas xamânicas) aos mundos profundos (transe) por um trenó de renas.

Isso explica a origem de Papai Noel viajando por um trenó de renas

Os habitantes sentiam que os xamãs sempre lhe traziam presentes espirituais. Além disso, a fumaça do fogo onde faziam seu trabalhos saía por uma abertura nas casas (chaminés ), e era por ali que entravam e saiam os espíritos, o que também explica a origem de Papai Noel entrando pela chaminé.

O que quero dizer, na verdade, é que nosso doce e querido Papai Noel nasceu na Sibéria e tem sua origem no xamanismo. O que acham ? Coincidência?

Uma Lenda Siberiana

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Uma lenda do koryak (Sibéria) conta que o herói da cultura:

Grande Corvo, numa passagem , ele capturou uma baleia, que estava à sua frente, e queria soltá-la para traz no mar, mas era incapaz de devolvê-lo ao mar por ser tão pesado.

O deus Vahiyinin (existência) disse-lhe que deveria comer espíritos do wapaq para ter a força.

Vahiyinin cuspiu em cima da terra e as plantas brancas pequenas - os espíritos do wapaq - apareceram: tinham chapéus vermelhos, e o cuspe de Vahiyinin congelado como os flocos brancos de neve.

Ao comer o wapaq, Grande Corvo tornou-se excepcionalmente forte e conseguiu atirá-la ao mar.

A partir daí o cogumelo crescerá para sempre na Terra, e os povos podem aprender o que ele ensina.

Wapaq é a mosca Agarica, um presente diretamente de Vahiyinin - plantas dos deuses.


TEONANÁCATL

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Os Maias usavam o Teonanácatl ou “Carne de Deus” (Psilocybe Mexicana).

O primeiro registro do consumo do cogumelo Psilocybe, data de 1502, durante a coração do imperador Montezuma.

Pesquisadores da psilocibina, acreditam que ela abre uma porta para o subconsciente, permitindo que o mundo consciente seja encarado de uma perspectiva diferente.

Conhecido como a " Carne De Deus " é o cogumelo milenar dos índios mexicanos. Os Cogumelos Sagrados do México, têm como princípio ativo a psilocibina e a psilocina.

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Maria Sabina :

"Há um mundo além do nosso, um mundo que , próximo, e invisível. E há onde o deus vive, onde o inoperantes vivem, os espíritos e os santos, um mundo onde tudo tem acontecido e tudo é sabido.

Esse mundo fala. Tem uma línguagem própria. Eu relato o que diz. O cogumelo sagrado faz exame, me pega pela mão e traz-me ao mundo onde tudo é sabido. É eles, os cogumelos sagrados, que falam em uma maneira que eu posso compreender. Eu pergunto-lhes e eles me respondem. "

Quando eu retorno da viagem que eu fiz, tiro a prova com ele, eu digo o que ele me disse e o que me mostrou."

Maria Sabina, curandera legendária Mazateca "A Sábia dos Cogumelos Sagrados"Oaxaca, México, realizava o ritual chamado "Velada", que consiste em consumir ritualmente os cogumelos juntamente com os participantes, apresentando ao xamã os problemas para serem resolvidos, as dúvidas que afligem, perguntas para serem respondidas.

Essas respostas não são dadas pelo xamã e sim pelo Teonanácatl.

DATURA

Datura é um nome genérico que abrange várias várias espécies.

A mais conhecida é a Datura Stramonium. No Brasil é conhecida como Trombeteira, Lírio. No Perú é também conhecida como Floripôndio ou Tóe.
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É utilizada desde a antiguidade, citada até na obra de Homero "Odisséia" . Conta que Ulisses chegou à ilha habitada pela ninfa Circe, esta deu de beber à tripulação uma poção, para que os marujos pudessem esquecer de sua terra natal.

Na Idade Média, a Datura compunha várias poções e ungüentos de feiticeiras. Conta-se que a pasta de Datura que as bruxas medievais aplicavam um unguento de Datura em várias partes do corpo, incluindo a genitália e o ânus, para produzir a sensação de estarem voando em suas vassouras.

Lu Gomes e Roberto Navarro (Planeta) descrevemque a imagem da bruxa voando na vassoura é considerada o estereótipo de um tipo específico de feiticeira medieval que se utilizava principalmente da Datura Stramonium. Talvez por isso a planta tenha sido apelidade de "erva do demônioe cizania.

A datura também era usada por motivos religiosos pelos índios que habitavam o sudoeste dos EUA e México antes da chegada do colonizador branco.

Segundo Sangiradi Jr. ..."planta sagrada dos Zunis, índios da cultura pueblo, o estramônio (a'neglakya) pertence aos sacerdotes da chuva e aos chefes de certas fraternidades religiosas. Somente o xamã pode colher esta erva. Ingerida, leva ao estado de transe que permite ouvir as vozes dos pássaros, curar e adivinhar. Também é usada pelos médicos-feiticeiros como tópico, em ferimentos e contusões.

Schhultes diz que os índios do nordeste dos Estados Unidos fazem uso limitado, mas o estramônio é o principal ingrediente do Wysoccan, bebido pelos algonkins, leste dos Estados Unidos, antes de um rito de passagem, em que se processa a iniciação dos adolescentes.

Também utilizada por índios que habitavam o sudoeste dos EUA e México antes da chegada da colonização. Os componentes da planta são extremamente potentes e perigosos.

Don Juan, no livro "A Erva do Diabo" de Carlos Castañeda :

"-- A erva-do-diabo tem quatro cabeças; a raiz, a haste e as folhas, as flores e as sementes. Cada qual é diferente, e quem a tornar sua aliada tem de aprender a respeito delas nessa ordem. A cabeça mais importante está nas raízes. O poder da erva-do-diabo é conquistado por meio de suas raízes. A haste e as folhas são a cabeça que cura as moléstias; usada direito, essa cabeça é uma dádiva para a humanidade. A terceira cabeça fica nas flores, e é usada para tornar as pessoas malucas ou para fazê-las obedientes, ou para matá-las. O homem que tem a erva por aliada nunca absorve as flores, nem mesmo a haste e as folhas, a não ser no caso de ele mesmo estar doente; mas as raízes e as sementes são sempre absorvidas; especialmente as sementes, que são a quarta cabeça da erva-do-diabo e a mais poderosa das quatro".

A ingestão de sementes de datura eram parte de umm rito de passagem feitos por jovens da tribo huichol. Eles retornam do delírio sem a memória de sua mãe, como se nascessem do nada, do vazio. As folhas secas de datura eram fumadas para combater os efeitos da asma.

O nome Datura, a sua denominação genérica, é a partir do Hindu Dhatura (dhat = a essência eterna (de Deus)), que foi derivada do sânscrito nome D'hastura.

SegundoSangirardi Jr

"...a intoxicação produzida pela droga tem dua fases opostas: a uma exaltada agitação segue-se o sono profundo e inquieto. Os sintomas são provocados por dois alcalóides do grupo tropano, que atua sobre os sistemas nervosos periférico e central. Esses dois alcalóides, dos quais a atropina é um composto racêmico, são: escopolamina (histocina), o principal e hiosciamina.

Floripondio - A Datura dos Andes

Datura arborea ( Brugmância arborea) Flores de corola branca, por vezes amarelada com 15 a 18 cm de comprimento.

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No preparo da bebida mágica, raspa-se a casca do tronco, que é espremida numa cabaça. A dose média é aproximadamente um copo comum (200ml), o suficiente para provocar as duasclasicas etapas da embriaguez com esse tipo de substâncias : exaltação furiosa e depressão com sono comatoso.

Reinburg observou que, entre os zaparos, a issioma é reservada aos homens e constitui, quase sempre, uma bebida de prova para aspirantes de xamã.

Para os jivaros, a maikoa é beberagem dos guerreiros, que consultam os espíritos antes de partirem em expedição. Tem outros usos ainda como para o marido traido saber quem é o sedutor da esposa

Kastern menciona a grande festa do tsantsá, em que os guerreiros, na floresta, tomam uma bebedeira profética. Na rgande festa em honra do tambor sagrado, os mais velhos tomam maikoa e no dia seguinte, interpretam os próprios sonhos.

Seja qual for o tipo de datura, quantidades excessivas ou uso prolongado podem levar a convulsões, coma, danos permanentes no cerebro. Os seus alcaloides são extremamente potentes e perigosos.

Lewin, descrevendo os sintomas físicos e psíquicos provocados pela datura, mostra a preponderância de violencia insanidade e tendência de cometer desatinos."Mais graves, diz o toxicologista alemão, eram os efeitos provocados pelos fanáticos religiosos, os taumaturgos, os magos, os sacerdotes e charlatães que, ao longo das cerimõnias cultuais, faziam fosse aspirada a fumaça daq planta atirada sobre um braseiro.

A titulo de curiosidade, diz Sangirardi Jr, vale menscionar que os negros escravos do Brasil preparavam o chamado amansa-senhor, com plantas tóxicas, entre as quais as raízes pulverizadas do estramônio. Servida pela mucama ou pelo pajem, misturada com alimentos líquidos, a planta levafva a vitima à demência ou as portas da morte.

Entre nós o estramonio tekm vários empregos na medicina popular, notadamente contra asma e coqueluche. Contra a asma fuman-se as folhas secas, que muitos compram nos hervanários, de onde a advertência de Hoehne:

"*As pessoas que as adquirem ignorando o modo de usar, preparam chás das mesmas e assim se envenenam.

IBOGA

Bia Labate

Afrique

Aterrizei no aeroporto de Yaounde, capital dos Camarões, com o objetivo de coletar dados sobre uma misteriosa raiz africana a qual se atribui fortes propriedades terapêuticas. A primeira sensação, o bafo quente e pegajoso, é de familiaridade. Os pagne, roupas tradicionais usadas pelos negros, fazem-nos sentir por um momento em Salvador… mas logo se percebe que não é bem "a mesma coisa". Bastam poucas horas para que todas os nossos referencias conceituais fiquem suspensas no ar. Para o forasteiro, não existe nenhuma coerência ou ordem estética. Não há ruas nem endereços; o trânsito é cada um por si. Música 24 horas por dia. Homens passeiam (sem malícia) de mãos dadas pelas ruas. Ao andar pela "cidade", medem, mexem e tocam em você. Como branca, dá vontade de ser invisível.

É difícil não se chocar na África, ficar imune. De repente, parece que acordamos de um sonho: existe sob os nossos olhos um continente todo pulsando e expandindo-se com sua pobreza sem precedentes. Em meio a este cenário, mil modelos de bonitos e criativos penteados enfeitiçam e contagiam o turista com uma sensação de uma alegria poderosa, encerrando simbolicamente a força de um povo.

A Iboga (1)

Não foi difícil achar o primeiro pé da tal planta. Trata-se de uma raiz subterrânea que chega a atingir 1,50m de altura, pertencente ao gênero Tabernanthe, composto por várias espécies. 650 destas já foram identificadas na África Central. A que tem mais interessado a medicina ocidental é a Tabernanthe iboga, encontrada sobretudo na região dos Camarões, Gabão, República Central Africana, Congo, República Democrática do Congo, Angola e Guinea Equatorial. O arbusto cresce em áreas de floresta tropical, solos pantanosos ou savanas molhadas. Ela floresce e produz frutos durante todo o ano. O seu principal alcalóide – leia-se: princípio ativo - é a ibogaína, extraída da casca da raiz e que representa 90% dos 30 alcalóides encontrados nas raízes desta espécie. A iboga pertence a família dos alucinógenos clássicos, entre eles o peyote, os cogumelos, a ayahuasca e o LSD.

Acredita-se que os pigmeus tenham descoberto a iboga em tempos imemoriais. Até hoje estas populações a utilizam em ritos nos quais dificilmente admitem a participação de brancos. Segundo os escritos de um especialista nesta planta, o italiano Giorgio Samorini, algumas espécies de animais, entre as quais os mandris e javalis, alimentam-se das raízes da iboga para conseguir efeitos entorpecentes. É provável que os pigmeus tenham descoberto as propriedades alucinógenas da iboga observado o comportamento curioso destes animais.

Em 1901 a ibogaína foi isolada pela primeira vez. Há notícias de que ela teria sido usada no ocidente desde do início do século no tratamento de gripe, doenças infecciosas, neurastemia e doenças relacionadas ao sono.

Em 1962, Howard Lotsof, um jovem viciado em heroína em busca de uma nova droga, acaba descobrindo a iboga. Após uma viagem de 36 horas, relata que perdeu totalmente o desejo de consumir heroína e não sentiu nenhum sintoma de abstinência. Administrou a substância a sete amigos também viciados, e em cinco casos o resultado foi o mesmo.

Em 1983 Lostsof reportou as propriedades anti-aditivas da ibogaína e em 1985 obteve quatro patentes nos EUA para o tratamento de dependências de ópio, cocaína, afetamina, etanol e nicotina. Fundou o International Coalition for Addicts Self Help e desenvolveu o método Endabuse, uma famacoterapia experimental que faz uso da ibogaíne HCl, a forma solúvel da ibogaína. Através da administração de uma única dose, cujo efeito dura dois dias, haveria uma atenuação severa ou completa dos sintomas de abstinência, permitindo que o dependente se desintoxique sem dor. Em segundo lugar, uma retirada ou perda do desejo de consumir drogas por um período mais ou menos longo de tempo.

Os rituais de iniciação da tradição do Bouiti (2)

Atualmente a iboga é utilizada por curandeiros tradicionais dos países da bacia do Congo e na religião do Bouiti na Guinea Equatorial, Camarões e sobretudo no Gabão, onde membros importantes das hierarquias políticas e militares do país são adeptos. Aproveita-se principalmente a casca da raiz mas também atribui-se propriedades medicinais às folhas, a casca do tronco e a raiz. No Gabão, a raiz e a casa da raiz são encontradas facilmente nas farmácias tradicionais e nos mercados das principais cidades. Existe aí uma ONG dedicada inteiramente a iboga. Se mantida a tendência atual, a coleta da espécie selvagem está colocando-a em risco de extinção. A iboga pode ser utilizada sozinha ou em combinação com outras plantas. Ela é empregada no tratamentos da depressão, picada de cobra, impotência masculina, esterilidade feminina, AIDS e também como estimulante e afrodisíaco. Na crença dos curandeiros locais, é eficaz também sobre as "doenças místicas", como é o caso da possessão.

Tonye Mahop, pesquisador do Jardim Botânico de Limbe, conta que "existem vários registros de cura da dependência de cigarro, de mganga (marijuana africana) e de fofo (um álcool local concentrado, feito de vinha de palmeira) com a iboga nos cultos do Bouiti. O problema é que os informantes não contam bem como preparam e usam a planta, tem uma parte do conhecimento que fica sempre em segredo".

Existem dois tipos de Bouiti: o tradicional (que rejeita o cristianismo) e o sincrético, o mais difundido. O primeiro é praticado pelos Mitsogho e o segundo pelos Fang, ambos grupos Bantu. É provável que durante o século XIX os pigmeus tenham transmitido seus conhecimentos aos Apindji, que os teriam passado por sua vez ao Mitsogho, ambas populações do sul do Gabão. Estes grupos elaboraram durante o século XIX um culto dos mortos, o Bouiti tradicional. O Bouiti sincrético ou Fang foi elaborado na época da primeira guerra mundial. Ele é produto de influências do Bouiti tradicional; do culto ancestral tradicional dos Fang, o Bieri (que utilizava uma outra planta alucinógena), e da evangelização cristã, sobretudo católica. Atualmente há nove ramas do Bouiti. Existe um outro culto que utiliza a ioga, o Abri, até hoje pouquíssimo estudado. Este é comandado por mulheres e se dedica ao tratamento de doenças com ioga e outras plantas medicinais.

Abada Mangue Clavina é presidente da Associação Bombo Ima et Bandeei (ASSOKOBINAC) dos Camarões e líder de uma igreja Bouiti Dissumba Mono Bata em Yaounde, cuja base é o núcleo familiar composto por suas duas mulheres e 10 filhos. Há prières todos os sábados. De acordo com ele, existe um tratamento específico para a tóxico-dependência com o uso da iboga, que dura dois ou três dias, dependendo do paciente e da gravidade do problema. São ministradas duas, três ou quatro colheres de café (4 a 8 g) de um pó da casca da raiz (essa é raspada e picada). A "iboga purifica o sangue. Temos obtido sucesso em 100% dos casos". Os casos mais difíceis podem exigir a realização de iniciação, que tem como custo 200.000 mil francos centro africanos (CFA) em oposição aos 50 mil empregados no tratamento ordinário.[3]

A iniciação dura três dias. Na abertura, o candidato confessa todos os seus pecados e toma um banho ritual. Este momento clímax da vida do bouitisita é marcado pela ingestão em jejum de uma enorme quantidade de eboka (pode chegar a 500g) e de ossoup, uma espécie de chá frio feito com a raiz da planta. O grupo acompanha o neófito durante a prière, onde todos cantam, tocam e dançam noite a dentro.

A iniciação tem como objetivo produzir um coma induzido - os estudiosos ainda não conseguiram definir com precisão o tempo de duração deste. De acordo com os praticantes, em algum momento o espírito sai do corpo e viaja para o plano da criação, para o "lado de lá", isto é, visita o mundo dos mortos. Pode receber revelações, curas ou se comunicar com os seus ancestrais. A citar, a "harpa sagrada", orienta a viagem e traz o espírito de volta para o corpo. Terminada a cerimônia, o sujeito, renascido com uma nova identidade - Bandzi, 'aquele que comeu' - deve relatar detalhadamente as suas visões e experiências. A diferença do ritual Bouiti com outros rituais de passagem tradicionalmente estudados pelos antropólogos, é que neste caso, a morte é quase real (e não metafórica ou simbólica), pois explora-se o limite concreto entre vida e morte.

A curandeira Nanga Nga Owono Justine, iniciada há 25 anos na rama Dissumba do Bouiti, explica: "A Eboka é uma ciência que corrige. Ela é como uma porta que se abre somente quando uma pessoa morre. Os negros tiveram a fortuna através da Eboka de visitar o lugar para onde iremos quando morreremos, só que antes de morrer - é uma ocasião de se transformar." Sua mãe, a anciã Bilbang Nga Owono Christine, acrescenta: "para se curar você tem que estar convencido, é você mesmo que se cura. Precisa da intenção, da eboka e da fé em Deus, que é o maestro de tudo". Lembrando a sua própria iniciação, época em que tinha uma "doença nos olhos", contou que "uma estrela me guiou até um hospital no lado de lá, onde eu fui operada dos olhos. Vi o meu espírito saindo do meu corpo e os médicos me operando. Voltei curada".

Podem ocorrer morte nos rituais de iniciação do Bouiti. Segundo Calvin, isto pode acontecer devido a diversos fatores. Um deles é a incompetência ou falta de capacidade do guerriseur. Outro é que a eboka não pode ser administrada para um doente que esteja demasiado debilitado fisicamente. Finalmente, "se doente que faz a iniciação é um bruxo, durante viagem astral o seu espírito quer para ir para a zona da obscuridade. Ele pode se perder e no caminho e não conseguir voltar, causando a morte do corpo físico". Os Fang conhecem um antídoto, uma folha que anula o efeito da eboka, a qual chamam Ebebing.

A Versão científica

A literatura científica sobre o tema é controversa. Sabe-se que a ibogaína produz ataxia (perda do equilíbrio corpóreo), tremores, aumento da temperatura corpórea, da pressão e da freqüência cardíaca. Estudos em ratos e primatas demonstraram que a ibogaína em quantidade de 100 mg/kg é neurotóxica (a dose utilizada no tratamento de Lotsof é normalmente de 25 mg/kg). Ela é diferente de outros medicamentos na medida em que é a única substância conhecida que age diretamente sobre o mecanismo da dependência no corpo humano. Entretanto, não se sabe ao certo exatamente o seu grau de eficácia: há casos de recuperação e de fracasso do tratamento. Não existe nenhum estudo científico que comprove que a ibogaína cura dependência, apenas evidências anedóticas - que não são poucas. Para entender o problema simplificadamente: uma substância é considerada segura para uso humano quando se aplicada em doses superiores a 10 vezes em um animal não apresente grau de toxicidade. No caso da iboga, foram constatados efeitos neurotóxicos em doses até 4 vezes superiores, ou seja, não existe uma margem de segurança suficiente. De fato, assim como há relatos de morte nos cultos de iniciação Bouiti com iboga, houve três mortes no tratamento não controlado de toxicodepentes com ibogaína na Holanda, França e Suíça. Mas não faltam entusiastas das suas virtudes e num rápido passeio pela internet é possível encontrar diversos relatos de cura de dependência com a ibogaína.

Os tratamentos com ibogaína não são autorizados nos Estados Unidos, Reino Unido, França ou Suíça. Mesmo assim tem sido usados clandestinamente em quartos de hotéis e apartamentos. No Panamá, a instituição liderada por Lotsof cobra 15.000 dólares o tratamento; na Itália, o custo é de US 2.500, e nos Estados Unidos varia entre 500 e 2.500 dólares. Em Israel a iboga está sendo pesquisada para uso no tratamento da "síndrome do pós-guerra" que afeta soldados.

De acordo com italiano Antonio Bianchi, médico e toxicólogo em produtos naturais, a ibogaína "age sobre uma quantidade de receptores neuronais incrível. Sua característica fundamental é a sua ação sobre a NMDA (N-metil-D-aspartate). Estes receptores estão presentes sobretudo em duas áreas: o hipocampo, que controla a memória e as recordações, e a sensibilidade proprioceptiva, parte responsável pela sensação que temos do nosso corpo físico." Se estes receptores são bloqueados, a pessoa constrói uma imagem do "eu" que não está relacionada com o eu físico, ou seja, está fora do corpo. Este seria o mecanismo neurofisiológico da "viagem astral", o ponto de encontro entre a teoria nativa e a científica. «Nestas condições, o homem tende a construir aquilo que é definido como uma bird eye image, ou seja, o sujeito assume uma projeção de si mesmo a partir de uma posição do alto», afirma o médico.

Esta sensação não é provocada apenas pela ibogaína. Ela pode ser produzida também pela ketamina, um anestético endovenoso, ou ser resultado de um choque, uma meditação profunda etc. A medicina tem dedicado atenção crescente a um fenômeno conhecido como "near death experiences", pessoas que passaram por perto da morte. Existem relatos de recorrências neste tipo de experiência: a presença de uma luz infinita que é a própria divindade, encontro com mortos, visão panorâmica da própria vida passada etc. Cientificamente, a explicação é de que o cérebro, quando submetido a uma enorme stress (como num ataque cardíaco, por exemplo) produz alucinações, reconstruindo imediatamente um mundo fantástico. A iniciação com a iboga seria uma experiência deste gênero. De fato, algumas descrições bouitistas sobre o « mundo de lá » coincidem com os relatos das pessoas que passaram por uma experiência vizinha da morte. Para os místicos, ao contrário, esta é uma evidência de que este mundo existe mesmo, a continuação da vida após a morte.

A profecia Bouiti

Existe uma profecia Bouiti, surgida nos anos 40 - período em que missionários católicos colonialistas franceses investiram severamente contra o culto - de que este se expandirá, unindo todos os povos negros do mundo. Por isso, os bouitistas estão abertos para a iniciação de brancos. Nos últimos anos, diversos estrangeiros, sobretudo franceses, têm se submetido a experiência. A curandeira Justine comentou, entretanto, que "já constatamos que os europeus não tem o mesmo organismo que nós. Então fazemos um tratamento mais leve, não se pode dar a mesma quantidade de eboka que damos para um africano. Quando sabemos que a pessoa já ‘viajou', paramos."

Participei de uma prière e comi uma colherinha de iboga. O efeito foi fortíssimo, durando 24 horas. Não posso dizer que entendi muita coisa, além do que achei o ritual bem cansativo. A sensação foi de que os Fang tem razão, a iboga é qualquer coisa que não tem a ver com este mundo, mas diz respeito ao mundo dos mortos. Ficou apenas uma enorme curiosidade - e medo - de me submeter a iniciação. A África, por si mesma, já é bastante inebriante.

Pós escrito:

Um pouco depois de terminar este escrito, meu companheiro de viagem descobriu que estava com malária. Fiquei “presa” durante 6 dias no norte do pais, numa região muçulmana (descobri que um homem pode ter no máximo 4 mulheres). Savana: calor e muito pó’. As diversas medicinas aplicadas não estavam surtindo efeito. Prossegue o tratamento. L’Afique c’est dure.

Yaounde, fevereiro de 2001.

[1]A grafia varia dependendo da região: eboga, eboka, iboga, liboka, ébogé. Há ainda denominações como mdombo, bondo, dibuyi, entre outros. Iboga é o vocábulo mais «universal».

[2]Bouti é a grafia em francês; em inglês é Bwiti e em português seria Buiti. Resolvi manter no original por via das dúvidas.

[3] Em fevereiro de 2001, 1 U$ dólar eqüivalia a 720 CFA.

JUREMA

A "Jurema Negra" ( Mimosa Tenuiflora ), é também conhecida como Espinheiro Preto. É uma árvore muito conhecida no nordeste brasileiro~. São utilizadas a casca e a raiz macerada na água, vinho ou cachaça.

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É desta planta que se origina o famoso "Vinho da Jurema", citado até na obra "Iracema", de José de Alencar :

"Através da planta, os guerreiros de Araquem entravam em comunicação com o mundo invisível"

É usada nos rituais do Catimbó e pajelanças, principalmente entre os índios Jês e Tapuias e Kariris (BR). O preparo da bebida e o cerimonial eram secretos. Era usada por médicos-feiticeiros, juntamente com o fumo e o maracá, para abençoar, aconselhar e curar. A ingestão permite ao pajé entrar em contato com seus espíritos ancestrais.Na Umbanda, Jurema é a dona das ervas mágicas.

Segundo Sangirardi Jr.,os pajés indigenas ensinaram aos brancos e mestiços os mistérios da pajelança, e esta influiu no Catimbó. O "Cauim" (cachaça com Jurema), dá um sentimento de plena energia, de paz com o mundo e com nós mesmo, de empatia com todas as criaturas.

No início dos anos 90 tive a oportunidade de experimentar algumas vezes a casca da raiz de Jurema em maceração a frio com vinho branco pelo período de 21 dias e pude sentir um transe moderado.

No final Encontro da Nova Consciência de 2.007 em Campina Grande - Paraiba, Chris e eu, participamos de uma mesa redonda sobre "Plantas de Poder" onde conhecemos o antropólogo Rodrigo Grünewald.

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Nossas afinidades nos levaram a participar de uma jornada para colher a "Raiz de Jurema" para um preparo, consagrando uma bebida feita da mistura de Jurema DMT e Peganum Harmala (Harmina) que possui principio ativo semelhante ao da Ayahuasca .

Abaixo nota de Rodrigo:

"O termo Jurema designa várias espécies de plantas psicoativas dos gêneros Mimosa, Acácia e Pithecelobium, mas também vários tipos de bebidas, de cultos e de contextos de uso.

Há uma diversidade de significados abrangida pelos usos da Jurema, passando pelos contextos indígenas, pelo Catimbó, ou seu consumo nas religiões “afro”, até os experimentalismos urbanos contemporâneos. Assim, nos anos noventa, foi elaborada na Europa uma nova bebida feita a partir das cascas de raízes de Jurema (mimosa tenuiflora willd poir) e de sementes de Arruda da Síria (Peganum harmala). A esta beberagem se convencionou chamar, também, de Jurema. Diferente das Juremas dos cultos afro-ameríndios brasileiros, esta bebida serviu como um análogo da ayahuasca, bebida composta a partir do cipó Banisteriopsis caapi e das folhas da Psychotria viridis e regularmente usada em cultos brasileiros com os nomes de Daime ou Vegetal.

A criação da Jurema européia objetivou sua utilização na substituição do Daime em trabalhos terapêuticos então realizados em Amsterdam. Posteriormente, esta Jurema difundiu-se pelo Brasil entre grupos urbanos que a acolheram dentro de perspectivas espirituais variadas, mas essencialmente informadas por uma bagagem fornecida pelas religiosidades ayahuasqueiras e “new age”. Alguns autores propuseram denominar esta nova bebida de “Juremahuasca”. A partir dessa caracterização e focando os processos sociais concretos de experimentação da jurema em tais contextos rituais recentes, o presente trabalho pretende analisar o ecumenismo presente em suas formatações, bem como apontar para obstáculos culturais que parecem dificultar sua expansão em larga medida."

Rosane Volpatto descreve a cerimônia do Ajucá :

"A cerimônia do ajucá ou jurema, praticamente desapareceu do Brasil e é um dos rituais que combina elementos cristãos, indíigenas, espíritas e afro-brasileiros.

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O nome jurema é originário de uma árvore (acácia jurema), cujas raízes os pajés faziam uma bebida capaz de produzir sonhos adivinhatórios.

O antigo ritual realizado pelos indígenas, supunha que os guerreiros poderiam viajar ao mundo dos espíritos tomando a poção. Os índios sonhavam, mas eram somente as mulheres que interpretavam tal sonhos e podiam revelar o passado e o futuro.

Dois grandes grupos indígenas praticavam este ritual: os jês (tapuias) e os karirís. Os detalhes destas cerimônias ficaram perdidos para sempre, pois nenhum historiador ou escritor se preocupou em escrevê-los.

Até o século XIX, o fato de beber jurema era considerado um ato de bruxaria ou prática de magia e seu uso era secreto. Alguns indígenas foram presos praticando este ritual, entretanto foram ele que ensinaram aos brancos e mestiços o uso da planta.

Existem dois tipos de jurema, a branca (Pithecolobium diversifolium) e a negra (Mimosa nigra Hub.). Os pajés indígenas elaboravam uma bebida com a jurema branca que produzia sonhos afrodisíacos e premonitórios. Também é muito usada pelos pais e mães de santo do candomblé de Pernambuco.

A infusão de jurema é preparada com suas raízes, que devem primeiro serem raspadas para eliminar a terra que nela se apresenta agregada e depois serem muito bem lavadas. Em seguida, a raiz deve ser colocada sobre uma pedra e macerada com a utilização de outra pedra. A massa formada deve ser diluída em um recipiente com água. Pouco a pouco a água se transforma em um líquido avermelhado e espumoso, semelhante ao vinho, motivo pelo qual é conhecido por este nome.

Esta bebida sagrada era servida em rituais não só dos indígenas, mas também nos cultos afro-brasileiros. Estes últimos acrescentavam à bebida mel, ervas e outras substâncias. Nos rituais de magia negra acrescenta-se sangue de animais. Em alguns templos, costumava-se misturar a jurema com aguardente de cana de açúcar, o que chamam de "cauim".

As folhas de jurema também são usadas secas, misturadas ao tabaco, que são fumados em cachimbos que os indígenas faziam com o tronco da jurema. O pajé coloca o cachimbo ao contrário, onde se deposita o tabaco, e sopra sobre a poção que se encontra no recipiente. Curiosamente, forma-se uma figura em forma de cruz no líquido com um ponto em cada um dos ângulos formados pelos braços da cruz. Os galhos e as flores da jurema são destinados à rituais de limpeza que combatem o mau-olhado e eliminam qualquer bruxaria do corpo. Também servem para que os médiuns do candomblé ou da umbanda possam ver o futuro com mais clareza.

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Em outros rituais possui a função depuradora: costuma-se soprar a fumaça nos quatro cantos do templo ou da casa, expulsando assim os maus espíritos. Em seguida, um assistente recolhe o recipiente e o deposita sobre uma esteira de palha. As mulheres mais velhas das comunidades das regiões pobres do interior são convidadas a participar na cerimônia formando um círculo ao redor da poção. Todos os participantes acendem seus cachimbos que passam de mão e mão e de boca em boca, de modo cerimonioso e fraternal.

Uma cantadeira agita as maracás feitas com cabaças, enquanto entoa hinos para evocar a Jesus Cristo, à Virgem Maria, à Padre Cícero, à cabloca Jurema e outras entidades, pedindo-lhes a benção para todos os presentes. Elas também benzem individualmente todos os presentes. Quando a cantadeira se cansa, pede para ser substituída por outras mulheres. Ao final de algumas horas, o chefe da cerimônia serve a bebida sagrada à cada um: só podem beber dois tragos. O que sobra é jogado fora, a modo de libação, em um buraco sagrado.

Durante o transe (estado alterado de consciência)o participante, pode pedir aos santos ou entidades invocadas que lhe deixem ver com claridade o passado, presente e futuro. Também pode rezar para pedir a proteção individual ou coletiva aos espíritos protetores da natureza, geralmente de origem indígena ou afro-brasileiros. Os participantes também podem conectar os mortos. O ajucá é um dos reinos mágicos, invisíveis habitado por "espíritos dos bons conhecimentos". Um destes reinos era o da Pedra Bonita, em Pernambuco, onde até hoje existem duas enormes pedras graníticas. Ali residiu o líder de uma seita que, no século passado, ordenou o sacrifício de muitas pessoas empregando a jurema em seus rituais. Entretanto, dizem que a jurema estava adulterada por outras substâncias que levavam à loucura, como o manacá (Brunfelsia hopeana Benth), uma planta tóxica.

Existe a crença de que os mortos se encarnam em algumas árvores, especialmente na jurema. Por isso, estas árvores são sagradas no nordeste do Brasil. Em torno delas acende-se velas e costuma-se rezar. Muitos são os que pedem à planta que lhes mostre seu destino, o que na maioria das vezes é revelado através de um sonho, na mesma noite ou nas noites seguintes a petição.

Os efeitos do "vinho de jurema", são muito bem descritos por José de Alencar em seu romance Iracema.

"....Durante a preparação dos guerreiros tabajaras para a guerra com os pitiguaras, Iracema lhes serve o vinho da jurema e, enquanto os guerreiros deliram, ela ..."

Também, segundo Andrade, “enraizamento lingüístico do termo Yu'rema na língua tupi é um forte indício de que o uso primordial, inclusive cerimonial do vinho da Jurema, além de ser herança da cultura indígena, regional, certamente já existia antes da presença dos colonizadores”.

A jurema sintetiza uma potente substância alucinógena, a dimetiltriptamina ou DMT, responsáveis pelos efeitos. "

PARICÁ - VIROLA

VIROLA (Virola Calophylla) - PARICÁ (Piptadenia / Anandathera Peregrina)

Utilizados em pó como rapé. Vem das sementes leguminosas (paricá) ou das cascas do tronco (virola). Utilizado pelos índios brasileiros, as plantas são aspiradas através de tubos, pelas narinas.

PARICÁ

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Há varios nomes para o Paricá : niopo, nupa, yopo, cohoba, niopa, nopa, yopa, jopa, yupa, curupa, niopa, cogioba, cohiba, coíba, kurupaiara, cebil, cevil, mori, hataj, hisioma, kakoímes, curuva, . Outros do Brasil : angico, angico-branco, angico-do-campo, angico-roxo, angico-vermelho, arapiraca, cambuí-angico, curupaí, paricá-de-curtume, paricá-de-terra-firme, tiborana e outros.

Ela é de uso restrito ao xamã/pajé, que a aspira e cai em transe, entrando em comunicação com os espíritos. Então ele fica com plenos poderes para desempenhar seu papel de adivinho, curador e conselheiro. Dizem que dá grande resistência física, e visões. Diminui a sensação de fome, sede.

è uma árvore perene do gênero uma árvore do género Anadenanthera para o Caribe e América do Sul. Ela cresce até 20 metros altura, com uma casca espinhosa. Suas flores são brancas e amarelo pálido ao esférico .Trata - se de uma enteogeno utilizado na cura e cerimônias rituais. Contém bufoteína, uma triptamina que está relacionada com o neurotransmissor serotonina. Esse alcalóide é encontrado na pele de alguns sapos (kampun)

Sangirardi Jr : O Pó sagrado dos Feiticeiros

"Massaricado nos instantes de fome, evoca Jurupari. O marido, desconfiado de que a mulher o traia, que tinha um amante, recorre às virtudes do paricá. "Aquele companheiro dela era uim pouco pajé, cheirou paricá, viu logo como sua mulher lhe fazia..."Esta lenda evidencia o caráter mágico e divinatório do paricá, restrito aos poderes do pajé, o xamã, o homem medicina.

É uma cena comum, no consumo ritual das drogas hierobotânicas. O pajé está sentado ou de cócoras, com toda a sua parafernália miraculosa. Diante dele estpá o enfêrmo, o deventurado ou o aflito.

Então o xamã absorve a substância prodigiosa, cai em transe e entra em comunhão com os espíri8tos. Agora está com plenos poderes para desempenhar seu papel de adivinho, médico e conselheiro. Profetiza, adverte, receita, orienta. Descobre a origem das influências maléficas e arregimenta as forças necessárias para combatê-las.

Entre os waikás do Alto orenoco, a Piptadenia (hisioma) é planta sagrada, ligada a dois espíritos que a criaram em tempos remotos. Segundo o Padre Pane, os índios que absorviam cohoba viam os companheiros caminhando no ar e, após despertarem, contavam tudo o que lhes haviam revelado os Cemi ou Grandes Espíritos.

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Entre os índios karimés, o paricá é denominado kokoíme. E kokoíme é também o nome do Grande Espírito da Montanha, que vive nessa planta. Basta que se aspire o rapé, para receber uma parcela desse espírito e suas forças excepcionais. Durante o consumo cerimonial dos kokoíme, o médico feiticeiro conversa com os espíritos.

Os índios Kaxuiâna, trico xaribe do Rio Trombetas, consideram sagrado o pó de pariá, que consomem durante um longo e complicado ritual: a festa do mori absorveu todas as doenças e malefícios, sendo por isso atirada na mata, despachada; ; a outra parte está impregnada de mana, de qualidades purificadoras e fortificadoras, e é consumida durante a cerimônia.

Com mori, a tribo entra em comunicação com o uoroquiemã de cada indio ( espíritos animais, personificação das forças da natureza).

Finalmente, num recesso da mata, os xamãs consultam Utaré, o Grande Espírito dos Kaxuiânas, chefe de todos os pajé. Mas Trarére não fala diretamente com a voz humana, fala pelas linguagem das flautas sagradas, que só os pajés (piádzes) entendem.

Há tribos que usam o rapé paricá puro, o que é, no entanto, bastante raro. O Universal é usarem um ou mais aditivos, os quais são identicos ao da coca: cochas trituradas de caramujos hidrófilos, farinha de mandioca e, ainda, outras como o tabasco e a ayahuasca, caapi ou yajé.

Abaixo, parte da entrevista da antropóloga Beatriz Labate (B) com o antropólogo Anthony Henman (A) :

B: O que é o paricá? Quais são as evidências de que ele era consumido junto ao São Pedro?

- A: O paricá é um pó preparado a partir das sementes da Anadenanthera peregrina, uma árvore muito comum na selva, que cresce dos Andes até São Paulo. Essa semente contém dimetiltriptamina, o mesmo princípio ativo da ayahuasca (Banisteriopsis caapi + Psychotria viridis). Quando você toma o São Pedro e adiciona o paricá, faz com o que a viagem, que até aí teria sido mescalínica – ou seja, sem grandes vôos visuais – provoque uma alteração pronunciada no campo visual. Esse efeito do paricá dura de meia a uma hora no máximo.

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Provavelmente nesse momento as pessoas eram colocadas diante da imagem felínica. Essa tese se apoia na existência, em Chavín, de uma série de cabeças incrustadas nas paredes da pirâmide, em vários estágios de transformação: desde um humano totalmente humano até um felino totalmente dragão. A metamorfose, como mostraram alguns pesquisadores,está claramente associada com o inchaço do nariz. Portanto, a minha interpretação é de que, ao adicionar o paricá – que é cheirado –, produzia-se uma transformação felínica, uma verdadeira “encarnação” do espírito tutelar do culto. Há também muitas evidências do uso conjunto das duas substâncias [São Pedro e paricá] em outras culturas que apareceram depois, no Horizonte Médio do Peru, entre os Mochica, os Nasca e os Wari.

- B: Mas o paricá e o São Pedro nem sempre são consumidos em conjunto...

- A: É verdade. As “tabletas” de paricá, espécie de bandejinhas para cheirar o pó, também foram amplamente distribuídas em épocas pré-hispânicas no sul andino, até o norte do Chilee o norte da Argentina. Aí não se sabe ao certo se as pessoas usavam o cacto também – é difícil precisar se as duas plantas sempre foram associadas ou se, em alguns casos, eram usadas separadamente. No caso amazônico, é claro que o paricá foi usado sem São Pedro,numa extensa área que incluía parte do Brasil. Mas as evidências de Chavín me estimularam a fazer experiências comigo mesmo e com pelo menos vinte pessoas sob minha orientação.Todos parecem concordar em que o efeito combinado de São Pedro e paricá é mais interessante, levando a espaços mais insólitos do que aqueles provocados por cada uma das substâncias separadamente.

- B: Existem evidências históricas de que os incas utilizavam a wachuma? Este tipo de idéia parece ser moeda corrente entre grupos esotéricos contemporâneos.

- A: Não há absolutamente nenhuma evidência histórica nesse sentido, assim como não háprovas arqueológicas, nem etnográficas, de que os incas consumissem a ayahuasca. Há certeza, sim, de que usavam folhas de coca e que consumiam as sementes de paricámoídas, misturadas na chicha (bebida de milho fermentado).

VIROLA

Outros nomes: iàquí, hacudufa, epená, nyakuana, yaca, yala, yato. Os tucanos chamam a virola de paricá.

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Arvore nativa da Colômbia, peru, Sul da Venezuela e noroeste da Amazônia brasileira. A resina avermelhada que escorre da casca, quando sua casca é arrancada, contém, entre seus princípios ativos, alta concentrações de triptaminas, principalmente a DMT, além de miristicina, óleo também encontrado na noz moscada.

Depois de extraída, coada e fervida, durante horas, a resina é trasnformada numa pasta que é colocada para secar, sendo em seguida pulverizada até se obter uma espécie de rapé, ao qual são misturadas cinzas vegetais. Entre os índios da Amazonia, este rapé é de uso exclusivo do feiticeiro ou xamã, que consome a droga em rituais mágicos, aspirando-a a través de um tubo. Ao ingerir o pó, o xamã mergulha num sono profundo e agitado, repleto de visões e sonhos, acompanhados por gritos e murmúrios, enquanto as mensagens dos espíritos são cuidadosamente anotadas por um assistente que o acompanha em seu transe.

Transcrevo abaixo trechos do livro O Círculo dos Fogos - Feitios e ditos dos indios Yanomami, do antropólogo Jacques Lizot :

"...Rikomi vascula a floresta procurando a casca da arvore Virola Elongata. Seca a casca e reduz a pó fino, que , que é despejado num longo tubo fino, fechado hermeticamente com pele de sapo.

...Eis que os xamãs avançam , com seus tubos para inalação. Colocam os pós mágicos num pote de cerâmica. Turaewê dá o sinal para a inalação. Seis vezes o caroço oblongo fixado na extremidade do tubo com resina é introduzido nas narinas de Rikomi e lá espalha a sua semente mágica. depois é a vez dos xamãs.

Então é preciso afastar as mulheres e crianças que ficavam por ali: as mulheres, por causa do odor vaginal que exalam, e que não agrada os hekura (espíritos de planta ou animal, seres sobrenaturais), as crianças, porque não poderão suportar as forças que irão se manifestar. Após um longo silêncio em que se concentrava buscando sua inspiração, Turaewe

- Espírito Lua ! Espírito do remoinho das águas ! Espírito do urubú ! Desçam em mim !

Segundo Sangirardi Jr.: " Como acontece com os rapés oriundo da Pitadenia, os oriundos da virola também são de uso ritual exclusivo do médico-feiticeiro. este cai num sono profundo e inquieto, povoado de visões e sonhos reveladores.

Enquanto dorme, o xamã murmura, grita sons divinatórios atentamente observados por um acólito, que está ali para interpretar a mensagem dos espíritos.

Koch-Grunberg descreve um xamã dos índios Yekwana, do rio Ventuari, afluente do Orenoco, na Venezuela. ele foi preso de violenta excitação, começou a cantar e gritar selvagemente e, durante todo o tempo, seu corpo oscilava para frente e para trás.

Absorvendo o rapé pelas narinas o xamã absorve o espírito da planta e se integra no mundo mágico.

Tubos Inaladores

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Em suas prises de paricá ou virola, os indios não usam os dedos para levar a pitada de pó nas narinas, como fazem os brancos com o rapé: utilizam sempre um tubo inalador.

Salvo raríssima excessões, os tubos de inalação são feitos de ossos ocos, formam um ângulo do tarso de um ave pernalta. O rapé é consumido de sua formas diferentes :

  • através de aspiração nasal

  • introduzido nas fossas nasais mediante ao sopro de terceiro.

As variaçõesde uso dependem principalmente da forma do tubo inalador em Y, em V em X ou formando um duto único em reta.

PEYOTE

O Peiote ( Lophophora Williamsii ) é um pequeno cacto redondo (menos de 12 cm no diâmetro, uma planta de poder utilizada pelos nativos do México e EUA. O famoso mescalito, dos livros de Castañeda, (derivado da mescalina seu princípio ativo) É o sacramento da Igreja Nativo Americana - NAC (Native American Church ).

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Segundo Sangirardi Jr., os nomes peyote, peiote, pellote são formas hispanizadas do nome vulgar do cato sagrado dos antigos astecas. Os autores ingleses e norte-americanos escrevem peyote. Em náuatle é peyotl. assim grafaram os primeiros cronistas coloniais. e assim permanece até hoje entre os indios mexicanos.

Os huicholes dão ao peiote o nome de hicurí; os coras, seus vizinhos dehuatari. entre os tarahumares rambém é hicurí, mas seguido de um oposto, huanamê que significa superior, mais alto, por certo em decorrencia do caráter religioso da planta. É o señi dos kiowas, owokowi dos comanches e o ho dos apaches mescaleros.

A maioria das ceremonias formais do Peiote misturam rufar tambores de água, cantar, orar, e contar histórias como meios de oferecer agradecimentos e como uma maneira de compartilhar com o Criador.Usado pelas tribos mexicanas, seu uso, era uma tradição bem estabelecida na época da entrada européia no mundo novo. Este uso religioso pré-histórico difundiu eventualmente nas regiões norte-americanas. Junto com esta migração vieram as mudanças nas ceremonias básicos associadas com o Peiote.

O peiotismo mexicano é muito famoso pelas práticas tradicionais da Tribo Huichol. . A maioria do peiotismo norte-americano são identificados com a Igreja Americana Nativa – Native American Church (NAC), um grupo grande na maior parte composta por nativos. Há umas divisões numerosas do NAC (NAC de America do Norte, NAC de Navajoland, NAC de S. Arizona, etc.), com cada divisão composta de diversos núceos locais. Segue abaixo transcrição do artigo de Lu Gomes e Roberto Navarro :

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" Com a chegada dos conquistadores espanhóis no México, o peiote foi perseguido pela inquisição e proibido como obra do demônio, o que não impédiu que seu uso continuasse muito difundido entre os indios mexicanos. na verdade, a disseminação cresceu nos anos seguintes, quando foi introduzida nos EUA pelos apaches mescaleros. No século XIX, o peiote desempenhava papel central na religião de várias tribos norte-americanas, incluindo os comanches, os cheyennes, os delawares e os kiowas.

Em 1906 surgiu a igreja Nativa Americana (Native American Church - NAC) que consomem legalmente o peiote em suas cerimônias, graças a um dispositivo constitucional que assegura total liberdade aos cultos religiosos, para o restante da população desses dois países, assim como para o resto do mundo, o uso da droga permanece proibido e restrito a experiências científicas.

O peiote deriva do cacto Lophophora, que cresce no Mexico e na região sudoeste dos estados Unidos. depois de colhido, o cacto é deixado para secar, adquirindo então, o aspecto de um botão enrugado de cor marrom. esse botão ressecado é o peiote, que contém vários alcalóides de ações diversas, incluindo, entre outros, um excitante dos reflexos, um convulsivo e um estimulante respiratório. A planta deve seu poder principalmente à mescalina, embora a presença de outros alcalóides psicoativos como a loforina e a anhalonina, produza efeitos mais fortes e diferentes daqueles experimentados com a ingestão da mescalina pura.

O uso médico do peiote foi bastante difundido entre médicos norte-americanos no final do século XIX, que receitavam como tônico cardíaco e medicamento para dificuldades respiratórias. ele também chegou a ser testado antiespasmódico e até mesmo em caso de manifestações histéricas, mas hoje em dia sua aplicação terapêutica é nula. estudos realizados na Universidade do estado da Califórnia, por James McCleary, revelaram que substâncias extraídas do peiote possuem propriedades antibióticas inibindo as atividades tóxicas do Sataphylococcus aureus , uma bactéria resistente à penicilina.

Samael Aun Weor, da Gnose, em seu livro : Tratado Esotérico de Endocrinologia, destaca a Glândula Pituitária, como regularizadora e controladora da estrutura celular. A pituitária é a glândula mestre do sistema endócrino, controlando as demais glândulas. Também tonifica os músculos involuntários do organismo. Cito ainda a afirmação do Dr. Jorge Adoun, de que o atómo do Cristo Cósmico se acha na glândula pituitária. Ela é do tamanho de uma ervilha e é localizada no cérebro. Blavatsky disse que a glândula pituitária é o pagem e a porta-luz da Glândula Pineal.

Os yoguis dizem que da glândula pituitária nasce a flor de lótus de duas pétalas, eles asseguram que é dai que vem o dom da clarevidência. Já alguns astrólogos afirmam que a pituitária está influenciada por Vênus.

Agora leiam o que Samael escreve sobre a pituitária, que tem a ver com o xamanismo :

Durante a colonização espanhola no México, conta-nos a tradição que sacerdotes católicos efetuaram trabalhos de catequese junto aos astecas, falando-lhes de Anjos e Arcanjos. Por sua vez, os sacerdotes astecas convidaram os católicos para comer. Dizem que os sacerdotes católicos comeram entre os alimentos um cactus. Esses cactus despertaram momentaneamente a clarevidência dos sacerdotes espanhóis. Em seguida estes viram anjos, arcanjos, etc, etc. O assombro foi terrível, e não sabiam os sacerdotes católicos o que fazer. Entretando os índios sorrindo diziam :

- Estes anjos e arcanjos de que nos falais, faz muito tempo que os conhecemos !

Conta a tradição que sacerdotes católicos fizeram matar os sacerdotes aztecas considerando-os bruxos ou feiticeiros. Não existe dúvidas de que esse cactus tem o poder de despertar instantaneamente a clarividência a quem come. Esse cactus é o Peiote. A biologia não pode subestimar o peiote, nem assegurar em forma dogmática e intransigente que as percepções sejam alucinações.

Castañeda em "A Erva do Diabo":

" Os outros estados de realidade não comum que Dom Juan me fez experimentar foram provocados pela ingestão do cacto Lophophora williamsii (Mescalito), comumente conhecido por peiote. Geralmente a parte superior do cacto era cortada e guardada até secar e, depois, mastigada e ingerida; mas, em circunstânciais especiais, a parte superior era ingerida quando ainda fresca. A ingestão, porém, não era o único meio de experimentar um estado de realidade não comum com a Lophophora williarnsii. Dom Juan sugeriu que estados espontâneos de realidade não comum ocorriam em condições sui generis, e ele as classificou como dádivas do poder contido na planta.

A realidade não comum provocada pela Lophophora williamsii tinha três características distintas:

  • acreditava-se que fosse produzida por uma entidade denominada "Mescalito";

  • era utilizável;

  • tinha elementos constituintes.

Mescalito era suposto ser um poder único, semelhante a um aliado no sentido de permitir que a pessoa transcendesse os limites da realidade comum, mas também bem diferente de um aliado. Como um aliado, Mescalito era contido numa planta definida, o cacto Lophophora williamsii. Mas, ao contrário de um aliado, que era apenas contido numa planta, Mescalito e a planta que o continha eram o mesmo; a planta era o centro de manifestações francas de respeito, merecendo uma veneração profunda. Dom Juan acreditava firmemente que, sob certas condições, como num estado de profunda aquiescência para com Mescalito, o simples ato de estar próximo ao cacto produziria um estado de realidade não comum.

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Mas Mescalito não tinha regulamento e, por esse motivo, não era um aliado, embora fosse capaz de transportar o homem além dos limites da realidade comum. O fato de não ter regulamento não só barrava Mescalito de ser usado como aliado, pois que, sem um regulamento, ele não podia ser manipulado, como ainda o tornava um poder muito diferente de um aliado.

Como conseqüência direta de não ter regulamento, Mescalito à disposição de qualquer homem, sem a necessidade de uma longa aprendizagem ou o compromisso de técnicas de manipulação, como exigia um aliado. E como ele estava disponível sem qualquer treinamento, Mescalito era considerado um protetor. Ser um protetor significava que podia ser alcançado por qualquer pessoa. E no entanto, Mescalito como protetor era acessível a todos; e, com certos a indivíduos, não era compatível. Segundo Dom Juan, essa incompatibilidade era causada pela discrepância entre a "moralidade inflexível” de Mescalito e o caráter duvidoso do próprio indivíduo.

Mescalito também era um mestre. Supunha-se que tivesse funções didáticas. Era um diretor, um guia para o procedimento correto. Mescalito ensinava o caminho do bem. A idéia que Dom Juan fazia do caminho do bem parecia ser um sentido de correção que consistia não de retidão em termos de moral, mas de uma tendência para simplificar os padrões de comportamento nos termos da eficiência promovida por seus ensinamentos. Dom Juan acreditava que Mescalito a simplificação ensinava ação do comportamento.

Acreditava-se que Mescalito fosse uma entidade. E como tal era suposto ter uma forma definida, que geralmente não era constante nem previsível. Essa qualidade indicava que Mescalito era percebido de maneiras diferentes não só por homens diferentes, como também pelo mesmo homem em ocasiões diferentes. Dom Juan exprimiu essa idéia em termos da faculdade de Mescalito de adotar qualquer formes a concebível. Para os indivíduos com quem ele era compatível, porém adotava uma forma imutável, depois que eles tivessem participado dele por alguns anos.

A realidade não comum produzida por Mescalito era utilizável, e nesse ponto era idêntica à produzida por um aliado. A única diferença era o fundamento lógico que Don Juan usava em seus ensinamentos para provocá-la: a pessoa devia procurar "as lições de Mescalito sobre o caminho certo". A realidade não comum provocada por Mescalito também tinha elementos constituintes, e aqui mais uma vez os estados de realidade não comum produzidos por Mescalito e por um aliado eram idênticos. Em ambos, os característicos dos elelementos constituintes eram a estabilidade, singularidade e falta de consenso."

SÁLVIA DIVINORUM

A MARIA PASTORA

A Salvia Divinorum pertence à família das sálvias ou mentas. É um arbustro silvestre que chega a medir aproximadamente um metro de altura, sua folhas são ovaladas e chegam a quinze centímetros. Possue folhas com coroas brancas e cálices púrpuras. É originial de Oaxaca, México e era cultivada pelos mazatecas para adivinhações e cura. POara alguns indios era associada com a Virgem Maria de Guadalupe.

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Um antropólogo da década de trinta, Jean Basset, mencionou uma infusão chamada de "Erva Maria" que provocava visões e era usada para adivinhações por um povo do México, na década de cinquenta o Dr. Weitlaner reportou o uso de "Maria Pastora ou Ska Pastora " entre os mazatecas de um pequeno povo de Oaxaca. Na década de sessenta Gordon Wasson e Albert Hofmann levaram mostras da planta para identificação, onde deram o nome científico de Salvia Divinorum, salvia = salvar, e divinorum = dos adivinhos.

Segundo Wasson, era conhecida no Antigo México em náhuatl como pipiltzintzintli, que significa significa "A Mais Nobre Princesa". Pipiltzintzintli refere-se a algo extremamente nobre, conotando a superioridade da planta aos olhos dos ancestrais. A Sávia Divinorum permaneceu quase desconhecida até a década de 90 quando um etnobotânico Daniel Sieberg comEçou seus experimentos e os publicou na internet.).

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IlustraçãoJ. Valdés III La Maria Pastora.

As folhas de Maria Pastora são usadas de forma oral, em infusões e mastigações. Na Europa e nos EUA, são fumadas folhas secas, ou extratos muito poderosos, que são fumados em cachimbos de água, acendido com isqueiros maçaricos, pois a substância ativa Salvinorina A tem uma temperatura de vaporização muito alta, e se fumada como cigarro ou com um isqueiro convencional não produz os efeitos desejados.

Mastigando folhas frescas os efeitos iniciam 30 minutos depois da ingestão e se prolongaram durante um pouco mais de uma hora. Fumada, faz efeito em aproximadamente trinta segundos. Os extratos variam em sua potência em 5X, 10X, 15X, 20X. À partir do 10X todos são extremamente potentes, desaconselháveis, sobretudo para principiantes.

Aparentemente a salvinorina-A não atua através de nenhum dos neurotransmisores conhecidos.Estudiosos tem dito que sua molécula não e alucinógena e sim onirógena; significa que dispara o mecanismo cerebral que troca o estado de vigilia pelo de sonho, estado que pode ser chamado de "Sonho Lúcido "

Vejam abaixo informações do site

http://plantadivina.vilabol.uol.com.br

Há muita informação sobre esta planta na internet. Mas muitas vezes são informações desencontradas, ou não confiáveis, contendo imprecisões, exageros e até mentiras levianas. A manipulação de informações realizada pelos meios de comunicação é um fato inegável e uma pessoa que busca conhecimento deveria estar alerta para isso. Uma fonte de informação recomendada é o "Guia do Usuário da Salvia Divinorum", de Daniel Siebert, traduzido em várias línguas, neste endereço:http://sagewisdom.org/usersguide.html

Há vários livros publicados, embora nenhum ainda em português. Há uma bibliografia no fim da página pesquisa.

Até o momento, a ciência farmacológica considera que a planta Salvia Divinorum não possui qualquer substância entorpecente, ou que cause dependência física ou psíquica. Na verdade, tem-se observado que os elementos ativos da planta, Salvinorin A e Salvinorin B, são compostos moleculares únicos em seu gênero e que, portanto, não se enquadram em nenhuma classe de substâncias proscritas ou proibidas pela normas brasileiras e internacionais. Entretanto, sabe-se que o governo da Austrália criminalizou o uso desta planta em junho de 2002 assim como a Dinamarca em 2003 sendo, até agora, é os únicos países que tomaram semelhante diretriz. Também não há notícia de processos judiciais envolvendo o uso, posse, ou comércio de Salvia Divinorum em qualquer lugar do mundo. A fim de manter-se atualizado sobre o status de legalidade da Salvia Divinorum no mundo, verifique:

http://www.erowid.org/plants/salvia/salvia law.shtml

PIPILTZINTZINTLI

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Sangirardi JR. cita que R. Gordon Wasson esclarece que esta labíada é sempre cultivada, não se encontra em estado espontâneo. os antigos cronistas espanhóis a ela se referiam como hierba, com as variedades masculina e feminina; macho e hembra. e wasson conclui que o pipltzintzintli dos astecas, a divina planta da era pré-colombiana, deve ser identica á Sálvia Divinórun, hoje invocada pelos Mazatecas em suas súplicas religiosas. As folhas da erva, depois de esmagadas na metade, são infusas em água e filtradas, embora registros coloniais mencionem a utilização de raízes, ramos e flores, possivelmente porque a planta tem virtude divina em todas as suas partes.

Informa R. E Schultes que as folhas também podem ser mascadas frrescas. os efieetos são semelhantes aos dos cogumelos sagrados, porém de menor duração. o característico são desenhos coloridos e tridimensionais em movimento caleidoscópio.

TABACO

NICOTIANA TABACO & NICOTIANA RÚSTICA*

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O tabaco aqui citado, não é industrializado, e sim o Tabaco Xamânico,uma planta ancestral. O Tabaco sempre foi considerado pelos índios como uma Planta de Poder, porém caiu em mau uso pelos brancos, perdendo sua força original e seu poder, sendo usado de forma viciante, responsável por terríveis males no organismo.

O tabaco selvagem é uma planta muito poderosa e curativa, em seu estado original e na forma correta de sua utilização. O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas do xamanismo. Ele fumado no Cachimbo Ritualístico, carrega as preces para o Universo.

É usado para fazer oferenda aos guardiões, ao Grande Mistério, etc.Fumar tabaco ( em ritual ) é evocar o Plano Espíritual.

Desde a aparição da Mulher Búfalo Branco para os nativos norte-americanos, o tabaco é considerado uma planta que traz claridade. Ele é o totem vegetal da Direção Leste, do Elemento Fogo. E, como tudo que é fogo, é ambíguo. Pode elevar, transmutar ou pode destruir.Quando o tabaco é utilizado espiritualmente, traz purificação, centramento, transforma energias negativas em positivas, serve de mensagero.Quando utilizado como vício pode matar.É utilizado no Xamanismo Universal. No Perú é fumado em rituais na Pipa ( cachimbo ) e na forma de cigarro. Os ayahuasqueiros chegam a dizer que :

Sin tabaco ! Sin la Ayahuasca ! Geralmente o fumo não é tragado ( tragar é coisa do vício ).

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No Perú também extraem o mel de tabaco, um poderoso alterador de consciência.Podemos ver nos rituais afro ( candomblé, umbanda, etc) a utilização do tabaco pela entidades, fazendo purificações, passes, exorcismos, oferecer charutos em despachos,etc.

No Chanumpa (EUA), para cada pitada de tabaco, convida-se um espírito para participar do ritual. Ele também é ofertado para os espíritos, para o fogo, utilizado para abrir portais da mata, honrar a Criação, confeccionar bolsas medicinais, pacote de preces,etc.

Outras formas de utilização

Entre os mateiros brasileiros, eles utilizam-se do rapé, para se harmonizarem com os seres da floresta.

Existem várias formas de utilização. Por exemplo : ao invés de utilizar produtos químicos, agrotóxicos para combater pulgões e outras pragas no seu jardim, faça uma maceração a frio com 50gr. de tabaco puro, ou fumo-de-rolo picado, durante 24 horas.

Leve para a panela, adicionando 20 pimentas, uma colher de sopa de cinzas peneirada, um pedaçõ de sabão de coco e um maço de losna.

Deixe cozinhar por 20 minutos. Ao esfriar coe. Para utilizar dilua um copo dessa solução em 3 litros de água.

COMPRESSA PARA RETIRAR ENERGIAS NEGATIVAS

( Bom para dôr-de-cotovêlo, final de caso,etc )

Para meio litro de água, coloque 4 colheres de sopa de folhas secas de tabaco ( caso não ache, serve fumo-de-corda), levando ao fogo até ferver. Quando ferver, deixe mais 5 minutos em fogo brando e retire deixando em repouso por 15 minutos coberto por um pano branco. Coe.

Pegue um pano que cubra toda a area do abdômem.Molhe o pano na infusão do tabaco e coloque em seu abdômem, deixando por 30 minutos.Esta compressa remove energias emocionais estagnadas, formas de pensamentos, quebrantes, etc.

Segundo Sangirardi Jr., o caráter religioso da fumaça remonta tempos imemoriais. Desde as cavernas da pré-história, o homem adorava o fogo. O fogo aquecia. Preparava os alimentos. Aclarava as trevas noturnas. Afastava os animais bravios. E passou a afastar também os espiritos inimigos e as forças adversas. Do fogo nasce a fumaça, que passa a participar do mesmo poder de purificar, exorcizar, de evocar os espíritos.

Fumado ou ingerido, produz o extase dos curandeiros, colocando-os em contato com forças superiores e invisíveis, que lhes permitem curar doenças, prever o futuro, afastar maus espíritos, purifica e neutraliza forças adversas.

Como expansor da consiência, é também usado um mel de tabaco, que é lambido. Também conta-se, que na forma de rapé, é utlizado para harmonização com os sêres espirituais da floresta.

Os rituais com cachimbo são utilizados por todos os povos xamânicos de todos os continentes. Também utilizados na forma de charuto, ou na palha do milho, mascados.É utlizado pelos nativos como estulantes capaz de vencer a fome, a sede e o cansaço.

Muitos povos nativos contam a história de uma Mulher Sagrada, que engravidou de gêmeos. Mesmo dentro do útero esses dois gêmeos brigavam. Um representava tudo o que era bom nos humanos, enquanto o outro representava o oposto. Quando chegou o tempo do nascimento, o garoto bom nasceu de maneira tradicional. O outro gêmeo estava tão ansioso para sair do útero, que ele se chutou para fora da mulher, ferindo-a mortalmente.

O bom filho permaneceu com a mãe, e com seus extraordinários poderes, sepultou-a conforme suas instruções. Ela lhe contou que mesmo com sua morte, boas coisas viriam para o povo. Ele permaneceu próximo de seu túmulo por alguns dias, conforme seu pedido. Antes que ele fosse embora, viu que de seu corpo nasceram as tres plantas irmãs : milho - feijão e abóbora - que deste momento em diante dariam sustento ao seu povo. De sua fronte nasceu a Planta Sagrada : Tabaco.

O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas, por muitos povos nativos. Para os nativos norte americanos, quando fumado no Cachimbo Sagrado, ele carrega as preces para os espíritos. Com frequência, é usado para se fazer oferendas para os Espíritos Guardiões. Fumar tabaco é chamar o plano espiritual para ajudar. Segundo Sun Bear, se alguém fuma por diversão, estará continuamente chamando Espírito para sí com um falso alarme. A maior parte do tabaco comprado em lojas é misturado com material químico, nocivo à saude.

Um dos nomes nativo-americano para a mistura do fumo é "kinniknnik ", que pode ser uma erva apenas (uva-ursi) ou uma combinação.

O tabaco é uma planta de grande ajuda. Utilizada para defumação ou no Cachimbo Sagrado, ele pode, trazer novos começos para quem quer que o esteja usando ou para quaisquer projetos ou lugares para o qual ele é queimado.

WACHUMA - SAN PEDRO

O nome quéchua do cacto Trichocereus Panachoi é “Wachuma”. O nome San Pedro, lhe é atribuído por dar ao iniciado a “chave” para entrar no Céu. Trata-se de um cacto que chega a atingir a mais de dois metros de altura, tendo a mescalina (Peiote) como princípio ativo.

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Tem sido utilizado há séculos pelos índios do Peru e do Equador. É conhecido por xamãs por estar sempre em harmonia com os poderes dos animais, de seres e personagens fortes, de seres sobrenaturais, principalmente o Jaguar.

O uso atual do San Pedro concentra-se nas regiões costeiras do Peru e nos Andes do Peru e Bolívia, e tem recebido forte influência cristã. É aplicado para curar enfermidades, incluindo o alcoolismo e problemas mentais, para adivinhações, poções amorosas, para combater feitiçaria,purificação, etc.

É conhecido também por huachuma, achuma, agua colla, cardo, huando hermoso, gigantón, San Pedrito, San Pedrillo.

Sanguirardi Jr:

" O emprego religioso, pelo índio, da bebida extraida do San Pedro é tradição secular, que se perdeu para sempre. Hoje, o uso ritual com finalidades mágicas e curativas ocorre em práticas nas quais as raízes ameríndias são enxertadas com o catolicismo, o espiritismo e a feitiçaria européia.

Mesmo na forma sincrética atual, seu conhecimento pelos estudiosos é recente.

Por que São Pedro ?

O cacto abre as portas do Céu. Daí ter recebido o nome do apóstolo a quem disse Jesus : " Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: o que ligares sobre a Terra será ligado aos céus..." (Matheus 16:19).

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A mesma ligação é estabelecida pelo San Pedro, que dá ao xamã as chaves que abrem as portas do mundo invisível, fonte dos seus poderes mágicos, divinató0rios e terapêuticos.

Em Plants of the Gods de Schultes e Hofmann :

O San Pedro possui um símbolo do curandeirismo, pois sempre está em harmonia com os poderes dos animais, do seres fortes, dos seres sobrenaturais.

É uma das plantas mais antigas da América do Sul. A prova mais antiga remonta o ano de 1.200 a.C. Na imagem uma mulher com cara de coruja, possivelmente uma xamã, segurando um cacto San Pedro.

Quando os espanhóis chegaram ao Peru, usava-se muito San Pedro. Um texto eclesiástico diziam que os xamãs tomavam a bebida chamada Achuma, e como era muito forte, depois de tomaram perdiam o juízo e ficavam privados dos sentidos, tinham visões nas quais aparecia sómente o diabo. Como aconteceu com o Peyote no México.

Atualmente o São pedro é empregado para curar enfermidades, incluindo o alcooolismo e a loucura, par adivinhação, paa namoros, para combater qualquer tipo de feitiçaria e para assegurar êxito nas empresas pessoais.

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Os xamãs distinguem quatro tipos de cactos à partir de suas costelas. Os mais raros são aqueles que tem quatro, e são considerados os mais potentes, possuem poderes sobrenaturais especiais, sendo que as quatro costelas representam os quatro ventos, os quatro caminhos.

Em 1992, estávamos Agustin,eu, e um grupo de norte-americanos em Machu Pichu. Tomamos a decisão de realizar um trabalho com Wachuma nas ruínas. E lá fomos.

Chegamos à tarde nas ruínas, e, quando foi por volta das 21:00 hs. iniciamos o trabalho, nenhuma pessoa mais estava presente, a não ser os Espíritos de Machu Pichu.Agustin tinha levado dois rapazes que ficavam tocando flautas andinas o tempo todo, o que ajudou muito na harmonização do trabalho.

Após duas horas, já na segunda dose de San Pedro, as visões. Machu Pichu, sem utilizar nenhuma planta, já conduz as pessoas a estados alterados de consciência. Podia perceber os Espíritos Incas, como se tivesse voltado no tempo. Os rituais, a Festa do Sol. Olhando para cima...num instante as nuvens se transformaram num imenso Condor..

Num momento pedí a Agustin, que falasse um pouco sobre os Incas. E, ele nos indicou uma pedra e pediu que encostássemos nossa testa nela. Foi, a melhor resposta, me senti como recebendo um "pen drive" em minha mente. Pude compreeender sem palavras a cosmologia do Povo Inca. O legítimo Império do Sol. Sentia muita emoção. Sabia que já tinha feito parte daquela história. Senti-me resgatando um pedaço do meu ser, que estava perdido no tempo e espaço.

Estávamos no Alto, as nuvens passavam por nosso corpo, parando nos joelhos e, acima o céu estava limpo e cheio de estrelas, as nuvens iam formando fendas, dando para ver a cidade embaixo. Tive a impressão de estar no céu, caminhando pelas nuvens.

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O ponto que iniciamos o trabalho, era nas Fontes Sagradas, que ficam a 850 m. ao sul da cidade, onde as águas corriam por um canal de pedra despejando-se por cima de um terraço do Templo do Sol.Estávamos em centros religiosos onde realizavam-se as festas principais do calendário Inca e os cerimoniais ligados à água (setembro a março) e à agricultura.Foram também centros de purificação de iniciados e de sacerdotes conferindo-lhes renovação e conhecimentos místicos.

Era costume dos sacerdotes realizar cerimônias e rituais com oferendas de conchas do mar, chamadas : As Filhas do Mar. As conchas eram o alimento dos deuses do Yakumama, Serpente de Uma Cabeça.

Pude ver animais guardiões dos portais da cidade. Nesse trabalho pude compreender que Machu Pichu, ainda está muito habitada graças a força de Wachuma .

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