terça-feira, 29 de setembro de 2015

ALTEREGO



O alter ego de uma pessoa, em uma análise estrita, é um ‘outro eu’, uma personalidade alternativa de alguém. Esta expressão provém do latim ‘alter’, que significa outro, ou seja, um eu diferente. Pode-se encontrar este termo tanto na literatura, nas interpretações de obras literárias, quanto na psicologia.
Literariamente é possível definir o alterego como a identidade oculta de um ser fictício ou como um artifício do autor de um livro para se revelar ao leitor na pele de um personagem, de forma discreta e indireta. Em geral ele apresenta muitas das características de seu criador, as quais podem ser descobertas em uma análise mais profunda. Psicologicamente esta expressão refere-se a um eu que jaz na inconsciência. Este conceito está relacionado à face secreta, ao ângulo desconhecido da identidade de uma pessoa, enquanto o ego, em contraposição, é definido como a fração rasa da mente, povoada por idéias, raciocínios, emoções.
Quando as outras pessoas olham para nós, percebem através dos sentidos o que somos, o que nos fraciona, nos divide, pois aí é possível encontrar a personalidade e também aquilo que a pessoa não revela sobre si mesma, ou seja, seu eu oculto, a persona alternativa ou o alterego. Todos devem, portanto, a cada momento, tentar se construir novamente, unir suas várias faces, e edificar um todo. Onde está então o alterego, entre estas várias divisões da psique? Justamente no mais profundo do ser, sendo normalmente a face na qual as outras pessoas realmente confiam. Várias esferas científicas procuram compreender esta instância psíquica. A física, a biologia, a teologia, a filosofia e a psicologia já realizaram alguns avanços neste sentido, levantando sempre a eterna questão abordada pelo Homem ao longo da História – quem somos nós?

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